Violência doméstica

PM aposentado tem arma recolhida após companheira denunciar violência

A mulher, 60 anos, denunciou o PM aposentado por violência doméstica após uma série de abusos e agressões que teria vivido durante os anos em que esteve casada

Ana Maria Pol
postado em 26/05/2022 11:09 / atualizado em 26/05/2022 13:54
A arma do PM foi apreendida após a denúncia de agressões -  (crédito: Divulgação/PCDF)
A arma do PM foi apreendida após a denúncia de agressões - (crédito: Divulgação/PCDF)

Um policial militar aposentado do Distrito Federal foi proibido de se aproximar da companheira e teve a arma recolhida, na tarde desta quarta-feira (25/5). A mulher o denunciou após uma série de abusos e agressões que teria vivido durante os anos em que esteve casada. O caso é investigado pela 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires).

A ocorrência de ameaça e injúria foi registrada pela mulher, 60 anos, após anos sofrendo as mais variadas agressões cometidas pelo marido. O advogado da vítima pediu o afastamento do homem, 76 anos, e solicitou a busca e apreensão da arma que estava sob posse do policial militar. Agentes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deram cumprimento ao mandado em Taguatinga, na casa de um dos filhos do casal, onde o homem estaria morando desde o afastamento da esposa.

Segundo informações da corporação, o autor teria escondido a arma em um chinelo de pelúcia, após ler uma matéria que falava sobre o caso. De acordo com o delegado da 38ª DP, João Nogueira, na medida protetiva, a vítima contou sobre a violência vivida. Sem dar detalhes, o delegado explicou que a vítima não quis proceder criminalmente. “Ela contou que o homem já está com 76 anos, que viveu muita violência psicológica durante muitos anos, e que estaria sendo ameaçada pelo policial”, explica o delegado. Apesar da rotina diária de violência e tortura, a mulher chegou a construir uma família com o homem. “Eles têm filhos, netos”, pontuou João Nogueira.

Ainda, de acordo com o delegado, a vítima não alegou nenhuma lesão corporal na medida protetiva. “Ela deixou bem claro o seu não interesse em representá-lo criminalmente. Nesse caso, por ser ameaça, ela pode não representar. É um crime de ação penal pública condicionada, uma vez que ela não alegou nenhuma lesão corporal”, pontua. João explicou que o inquérito será instaurado. “Será encaminhado para a justiça o cumprimento da busca e apreensão, e as partes serão intimadas para uma audiência de justificação. Caso a vítima decida que o autor seja processado, ela poderá requerer ao promotor, em audiência”, diz.

O Correio procurou a PCDF para obter mais informações sobre o caso. Em nota, a divisão de comunicação da Polícia Civil informou que “para garantir os direitos constitucionais e legais de proteção à intimidade e à imagem da mulher agredida, não fazemos a divulgação de informações referentes a casos de violência doméstico-familiar contra a mulher”. Ainda, segundo a corporação, o caso está sendo investigado e o resultado das diligências será encaminhado ao Poder Judiciário para a efetiva responsabilização do autor.

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