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Polícia prende mais dois homens que espancaram torcedor do Brasiliense no DF

Caso aconteceu em fevereiro, após o Palmeiras vencer a semifinal do Mundial de Clubes. Nova etapa da operação prendeu dois envolvidos de espancar torcedor do Brasiliense

Pablo Giovanni*
postado em 18/05/2022 13:31
 (crédito: Divulgação/PCDF)
(crédito: Divulgação/PCDF)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou mais duas fases da operação “Foul Play”, e prendeu mais dois envolvidos de terem espancado um torcedor do Brasiliense em Vicente Pires, durante a semifinal do Palmeiras no Mundial de Clubes. Um dos envolvidos se apresentou na delegacia após não ter sido encontrado pelos policiais.

De acordo com a 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), três mandados de prisão temporária foram expedidos contra os autores do crime nessa nova etapa. Matheus de Paula Alves, 25 anos, que é torcedor do Palmeiras, foi preso na segunda-feira (16/5) por ameaçar e roubar a blusa de frio da vítima (veja foto abaixo).

Matheus Alves foi preso na segunda-feira (16/5). De acordo com as investigações, ele é responsável por subtrair a blusa de frio da vítima.
Matheus Alves foi preso na segunda-feira (16/5). De acordo com as investigações, ele é responsável por subtrair a blusa de frio da vítima. (foto: Divulgação/PCDF)

Lucas Rodrigues Torres, vulgo “Dom”, 21, contudo, se apresentou à 38ª DP na manhã de terça-feira (17/5) e teve seu mandado de prisão temporária cumprido (veja foto abaixo). Segundo as investigações, Dom é apontado como um dos responsáveis de desferir um chute contra o torcedor do Brasiliense. Victor Gustavo Ribeiro Rocha, vulgo “Botox”, 23, não foi encontrado pelos policiais civis e, com isso, se encontra foragido (veja foto abaixo).

  • Lucas Rodrigues, vulgo "Dom", é apontado como um dos autores que desferiram um chute na cabeça do torcedor do Brasiliense. Ele se apresentou a delegacia Divulgação/PCDF
  • Victor Gustavo segue foragido. Divulgação/PCDF

Os policiais também cumpriram, na tarde de terça-feira (17/5), um mandado de busca e apreensão na sede da torcida organizada do Palmeiras no Distrito Federal, Mancha Verde, em Vicente Pires. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda apura a participação de um sexto homem. Todos os envolvidos no caso da agressão contra o torcedor do Brasiliense foram indiciados e, caso condenados, podem superar os 15 anos de prisão.

“Foul Play”

Dois integrantes de torcidas organizadas que participaram do espancamento de um torcedor do Brasiliense, em 8 de fevereiro deste ano, foram presos pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na segunda-feira (9/5). O episódio de violência foi flagrado por câmeras de segurança que gravaram o momento em que dois agressores chegam por trás de um torcedor do Brasiliense, que estava com a namorada em Vicente Pires. A vítima, 18 anos, recebe um chute nas costas, cai e leva sucessivos golpes na cabeça.

A polícia identificou o homem que deu um chute na cabeça do torcedor do Brasiliense como Francisco Silvio Ferreira Chaves, conhecido como Júnior, 26 anos, morador do Guará e lutador de Muay Thai. O torcedor do Vasco da Gama é integrante da torcida organizada Força Jovem do Vasco da Gama. O outro membro preso pela PCDF foi Jonathan Dantas Lima, 27 anos, morador do Gama e torcedor do Palmeiras, da torcida organizada Mancha Verde.

A operação foi realizada pela 38ª Delegacia de Polícia (Taguatinga). Delegado-chefe da unidade, João Ataliba Neto explicou, à época, que a investigação foi iniciada no dia da ocorrência, em 8 de fevereiro. “O que impressiona no caso é a violência da torcida organizada no DF. Passamos esse tempo em busca de identificar os autores, que além de agredirem, também roubaram os uniformes da vítima e apresentaram a roupa como troféu em um perfil no Instagram vinculado a uma torcida organizada do Gama”, pontua.

Os autores da agressão estavam na Rua 3 de Vicente Pires, na sede da Mancha Verde, no dia da semifinal do Mundial de Clubes em que o Palmeiras disputava. As torcidas, com a vitória do time, saíram para agredir torcedores rivais. O grupo deixou a sede do Mancha Verde em um grupo de seis homens, em um carro Honda City branco. Veja o vídeo.

Ao se depararem com um casal de torcedores do Brasiliense que caminhava nas proximidades, quatro dos autores desembarcaram do carro e, após cercarem o casal, dois deles se aproximaram por trás e os pegaram de surpresa. Após o ataque inicial, os quatro homens agrediram a vítima de 18 anos enquanto ela estava caída no chão.

Enquanto ocorria o espancamento, um dos envolvidos roubou um casaco que estava sendo usado pela namorada do rapaz, uma jovem de 14 anos. Na avaliação do delegado Ataliba, a escolha das vítimas não foi aleatória. “Eles provavelmente estavam na sede do Mancha Verde quando receberam a informação de que havia torcedores do time rival na proximidade, por isso encontraram esse casal. A sorte é que não agrediram também a jovem de 14 anos”, explica.

Após as agressões, os suspeitos roubaram a bermuda da vítima e R$ 200. Depois, os homens voltaram para o carro do comparsa e fugiram do local. A operação da polícia foi batizada de Foul Play, que significa Jogo Sujo, contrário ao espírito esportivo, conduta injusta ou traiçoeira, especialmente com violência. Outra definição de jogo sujo é uma violação das regras em um jogo ou esporte.

Mancha Verde repudia

Em nota divulgada à imprensa, a torcida organizada do Palmeiras no Distrito Federal, Mancha Verde, repudiou a busca e apreensão de policiais civis da 38ªDP na tarde desta terça-feira (17). De acordo com o departamento jurídico da organizada, “a ação deflagrada não foi esclarecida pela PCDF e não foi entregue cópia do mandado de busca e apreensão a nenhum membro da torcida”. Veja a nota completa da organizada abaixo.

A Mancha Verde Subsede Brasília manifesta seu repúdio à conduta da Polícia Civil do Distrito Federal (“PCDF”), que de forma arbitrária e à margem das garantias legais da Constituição Federal de 1988, promoveu arrombamento da sede no dia de hoje, 17 de maio de 2022.

A ação deflagrada não foi esclarecida pela PCDF e não foi entregue cópia do suposto mandado de busca e apreensão a nenhum membro da torcida, mesmo havendo pessoas no local no momento da invasão.

Não houve tentativas de comunicação da equipe da PCDF para entrada na sede da torcida, o que demonstra a forma truculenta e descabida do arrombamento das portas como foi promovido.

Ainda que houvesse mandado específico de busca e apreensão, não há permissão legal para a equipe da PCDF e/ou qualquer agente público promover a desorganização de maquinário, equipamentos ou adereços da torcida como foi feito nesta investida.

O custo ao erário promovido nesta data, com diversas viaturas da equipe do Departamento de Operações Especiais (“DOE”), foi desnecessário e ineficaz, já que nenhuma evidência relacionada a um suposto crime foi encontrada, o que demonstra a integridade da torcida e de seus associados.

As imagens divulgadas nos meios de comunicação são manipuladas e fazem falsa associação à prisão de supostos membros da Mancha Verde. Não houve qualquer prisão ou condução de nenhuma das pessoas presentes no momento da investida.

O único item levado, de forma arbitrária, foi uma camisa de uma torcida organizada do Ceará Sporting Club, propriedade de um torcedor e aguardamos sua devolução imediata.

A torcida Mancha Verde Subsede Brasília, fundada em 1993, promove diversas ações sociais e reafirma que sua dignidade e união contra atos arbitrários e abusivos cometidos serão prontamente endereçados às autoridades. A Diretoria, que sempre buscou prestar esclarecimentos de forma colaborativa, em nenhum momento foi procurada oficialmente.

Informamos que as medidas cabíveis junto à Corregedoria da PCDF serão devidamente tomadas para apuração dos atos do Delegado responsável pela investida e demais agentes públicos envolvidos.

*Estagiário sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo

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