Arte

Trupe de palhações Teatro Artetude retoma apresentações no DF

Nos dias 7, 8 e 14 de maio, caravana de palhaços da trupe do Teatro Artetude circula pelo DF, promovendo inclusão cultural. Criada na periferia de Brasília, o grupo roda, também, por comunidades do interior do país

À bordo de um pequeno ônibus amarelo, Tapioca (Marco Aurélio Ferrezin), Espiga de Milho (Pablo Ravi), Mandioca Frita (Júlio César Macedo), Chaubraubrau (Ankomárcio Saúde) e Raquaquá (Ruiberdan Saúde), palhaços da trupe do circo Teatro Artetude, que tem 20 anos, estão de volta ao Distrito Federal com nova programação. As apresentações começam neste sábado (7/5) e prometem levar arte circense e oficinas de perna de pau e malabares a Ceilândia, Riacho Fundo e São Sebastião. Após o tour em Brasília, a caravana segue viagem pelo interior do país, promovendo a inclusão cultural.

Ankomárcio Saúde conta que a trupe é composta por moradores de regiões administrativas do DF que observam a falta de acesso e de fomento à cultura. "É um grupo nascido e criado em cidades satélites, e sabemos que muitos não têm um espaço físico para curtir teatro, circo ou um cinema para ir. Então, criamos o grupo para levar alegria naqueles lugares que não têm espaços como esses", destaca. A equipe possui 11 integrantes, entre artistas e técnicos. A trupe do Teatro Artetude atua há 20 anos.

Segundo Ankomárcio, a caravana é um projeto antigo do grupo. "Viajamos por todos os estados do brasil nesse ônibus e, agora, estamos em uma etapa de retomada, após a pandemia", explica. Chaubrabrau ressalta que o objetivo é aproveitar o momento para fazer com que o público volte a ressocializar. "Todos nós ficamos com sequelas emocionais, né? Então, nossos espetáculo e oficinas também vão servir como possibilidade das pessoas se reverem, sorrirem sem máscaras", pontua.

Circo Teatro Artetude/Divulgação - Brincadeiras, reflexões e muita música estão nas apresentações

Trabalho sério

A trupe vai apresentar os espetáculos Brincadeiras de circo e O Circo dos Irmãos Saúde, na Lindinha — ônibus equipado com estrutura de som e luz, que está pronta para levar a arte circense para os quatro cantos do Brasil. "Acreditamos que essa ação de descentralização faz com que a cultura e a arte de Brasília cheguem a outros estados e que, dessa forma, as pessoas passem a ter interesse pela nossa cidade, conhecida pelo cenário político, mas que é composta por muitas outras coisas, inclusive, a produção cultural", defende Ankomárcio.

Depois da etapa Brasília, o grupo segue para Goiás (Goiás Velho), Minas Gerais (João Pinheiro) e Mato Grosso (Barra do Garças). A caravana tem o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF, e tem como proposta a descentralização e democratização do acesso aos bens culturais materiais e imateriais proporcionados pela arte circense, presente nas atividades e nas pesquisa do grupo. Ankomárcio reitera que a população pode, ainda, acompanhar a caravana em outros estados por meio das redes sociais. "Dessa forma, o público pode viajar dentro do nosso ônibus, e deixar a imaginação tomar de conta, afinal, quem nunca sonhou em fugir com um circo?", brinca.

Julio Cesar Macedo, o palhaço mandioca frita, revela que a melhor parte da caravana é ver a emoção das comunidades com a chegada do circo na cidade. "O pessoal fica até surpreso quando vêem as cores, a arte circense. E nós ficamos felizes né? Em poder proporcionar essa felicidade a quem nunca tive contato com isso. Em todo lugar, somos muito bem recebidos", garante. De acordo com o artista, é comum que as pessoas mais velhas da cidade se emocionem ao verem que o circo chegou. "Você vê no olhar de pais, mães e avós lembranças do passado, da infância. E a maioria quer proporcionar essa experiência para os seus filhos ou netos. O circo fez, e ainda faz, parte da vida e história de muitos brasileiros", reitera.

Programe-se

Os espetáculos tem entrada gratuita. Confira um pouco mais sobre eles.

Enredo

Brincadeiras de Circo
No espetáculo, cinco palhaços revivem a magia do circo tradicional. Especialmente voltado para o resgate e a reintrodução da linguagem do teatro de rua e do brincar popular. Rico em elementos, como canções populares, jogos acrobáticos, mágicas, brincadeiras de roda, equilibrismo, malabarismo e palhaçaria. Um espetáculo em homenagem às origens do circo.

O circo dos irmãos saúde
Ankomárcio e Ruiberdan Saúde são amigos, irmãos e palhaços. Eles usam de elementos de esquetes tradicionais, temperadas com manobras acrobáticas e números de malabares, para refletir sobre a arte da convivência. Um jogo em que os sentimentos oscilam da raiva ao amor em segundos, os irmãos exploram cenas cotidianas que levam ao espetáculo e ao espectador a dúvida se aquilo é ou não verdade.

Programação

7 de maio: Riacho Fundo I — Vale da Benção, Canegai
8 de maio: Ceilândia — praça da Bíblia
14 de maio: São Sebastião — quadra de esporte do bairro Vitória

Atividades

16h: oficinas de malabares e perna de pau
18h: Espetáculo O Circo dos Irmãos Saúde
Encerramento com o espetáculo Brincadeiras de Circo

 

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