Crime

Justiça determina novas regras na Colmeia após denúncia de estupro

De acordo com a decisão, a partir de agora, a entrada de policiais do sexo masculino nas galerias de presas só será permitida caso esteja acompanhado por uma servidora do sexo feminino

As abordagens de policiais penais na Penitenciária Feminina do Distrito Federal serão submetidas a novas regras. A decisão é da juíza titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP/DF), e foi determinada na última terça-feira (14/6), após a denúncia de que um policial penal teria estuprado uma detenta dentro da unidade prisional, em 12 de junho.

De acordo com a decisão, a partir de agora, a entrada de policiais do sexo masculino nas galerias de presas só será permitida caso esteja acompanhado por uma servidora do sexo feminino. Além disso, as interações com a presa devem ser realizadas, no mínimo, em dupla, por policiais penais do sexo feminino.

A VEP determinou, ainda, que a presa fosse encaminhada à equipe de saúde prisional, para avaliação e atendimento psicológicos, com encaminhamento do respectivo relatório. A mulher foi encaminhada à delegacia para registro de ocorrência policial e ao instituto médico legal (IML) para exame de corpo de delito.

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Na decisão, a magistrada solicitou à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do DF (Seape) os nomes e as matrículas de policiais penais do sexo masculino escalados para trabalhar no local do crime durante os dias 11 e 12 de junho. A pasta deverá informar, ainda, os horários em que a presa foi retirada de cela no período, além de enviar as imagens captadas pelas câmeras, sem qualquer edição.

Por fim, a juíza solicitou que fosse anexado ao processo as ocorrências administrativas da relativa, como registro de banho de sol, revista de celas, atendimentos por advogados e qualquer outra relacionada ao local. O processo tramita em segredo de justiça.

Em nota, a Seape informou que todas as denúncias dentro das penitenciárias do Distrito Federal são apuradas com rigor, e que foi instaurado procedimento apuratório interno para elucidação dos fatos. ”O caso em tela também está sendo investigado pela Polícia Civil e esta Secretaria adotará todas as medidas cabíveis para averiguação dos fatos informados e, caso se confirmem, promoverá a devida responsabilização dos envolvidos”, disse.

A pasta acrescentou, ainda, que o servidor foi transferido cautelarmente até a conclusão das investigações. “Por fim, esta pasta esclarece que não coaduna com qualquer desvio de conduta por parte de seus servidores”.