Crime

Advogado preso por tráfico de drogas tem liberdade provisória concedida

Mikaelson Carvalho Gonçalves responderá em liberdade, mas deverá utilizar tornozeleira eletrônica. Ele foi preso no último domingo (31/7) ao tentar deixar um tablete de maconha no Complexo Penitenciário da Papuda

Darcianne Diogo
Renata Nagashima
postado em 02/08/2022 15:37
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

O advogado criminalista preso por tráfico de drogas durante um atendimento jurídico a um detento, na Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF1), no Complexo Penitenciário da Papuda, teve a liberdade provisória concedida pela Justiça nesta terça-feira (2/8). Mikaelson Carvalho Gonçalves responderá em liberdade, mas deverá utilizar tornozeleira eletrônica.

Um amigo do advogado, que preferiu ter a identidade mantida em sigilo, disse ao Correio que o benefício foi concedido por conta da esposa dele estar grávida e o advogado ser provedor da família. “A Justiça entendeu ele como réu primário apesar de responder por outro processo por tráfico, porque ainda não foi condenado”, contou o homem.

Mikaelson foi preso após policiais penais desconfiaram da atitude do advogado, no último domingo (31/7). Após o atendimento, quando o homem saiu da sala, os agentes encontraram um tablete de maconha preso debaixo da bancada.

Veja o momento que o advogado coloca a droga debaixo da bancada:

Entenda o caso

Durante a tarde, por volta das 15h45, o advogado pediu aos policiais do presídio para que o atendimento a um dos blocos fosse antecipado, uma vez que ele tinha outros três atendimentos marcados só neste domingo. Como procedimento padrão, a sala de advogados foi revistada antes do atendimento.

Câmeras do circuito interno de segurança obtidas pelo Correio mostram o momento em que o advogado permanece sozinho na sala antes do interno chegar. Nas imagens, o Mikaelson aparenta estar inquieto e olha a todo instante para o corredor. Em determinado momento, o homem levanta a camisa e mexe na região dos órgãos genitais. Depois que o preso chega, os dois conversam rapidamente e, em seguida, o advogado retira um objeto de dentro da calça.

O advogado segura o objeto, pega álcool em gel no recipiente da parede, passa nas mãos e no item suspeito supostamente para apagar os rastros das impressões digitais. Em seguida, se inclina por baixo da bancada e sai sem o tablete. Toda a ação dura menos de 20 minutos.

Descoberta

Ao final do atendimento, os policiais foram à sala para procedimento padrão de revista e, ao olharem debaixo da bancada, encontraram um tablete de maconha. O Correio apurou que geralmente a droga costuma ser recolhida por um preso classificado encarregado de limpar a sala ou retirar as caixas de alimentação do local.

Na saída do bloco, o advogado não compareceu aos outros dois atendimentos marcados no presídio e estava a caminho do portão de saída, quando foi abordado. O representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do setor de prerrogativas, foi acionado. As equipes revistaram novamente o advogado e o carro dele, mas nada foi encontrado. De posse das imagens das câmeras de segurança, o advogado foi conduzido à 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), onde foi autuado em flagrante por tráfico de drogas.

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