Fotografia

Fotógrafos, amadores e profissionais, registram o amor pela aviação

Todos os anos, os fotógrafos se encontram no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, um dos mais importantes do Brasil, para clicar aviões que cortam o horizonte

Isabela Berrogain
postado em 03/08/2022 05:58 / atualizado em 03/08/2022 06:00
 (crédito: Ed Alves /CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves /CB/D.A Press)

Quando Santos Dumont colocou no ar pela primeira vez o famoso 14 Bis, ele não imaginava que olhar para o céu teria um sabor diferente também para outras pessoas de diversas partes do mundo. Desde criança, fotógrafos amadores e profissionais vêm se apaixonando pelas máquinas que cortam o horizonte, inspiração para fazer cliques desses engenhosos veículos, que para alguns são apenas meios de locomoção, mas para outros são fontes de amor puro e verdadeiro.

É o caso do analista de TI Luis Guilherme Vasconcelos, 39 anos, cujo sentimento pela fotografia e pela aviação foi despertado ainda na infância. "Meu primeiro contato com o universo fotográfico foi quando eu ainda era criança, com a câmera do meu pai. Minha primeira foto de aviação foi com essa mesma câmera, quando, em uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça na Esplanada dos Ministérios, consegui registrar, com alguma sorte, uma manobra onde duas aeronaves se cruzavam em alta velocidade", recorda.

Desde então, a aviação tem sido um dos estilos preferidos do analista, que pratica o hobby até mesmo fora do Brasil. "Carrego minha câmera e algumas lentes quando viajo para fazer alguns cliques por onde passo. Em Nova York, visitei um porta-aviões e um submarino nuclear que foram desativados e transformados em atração turística. Foi um passeio tão divertido que valeu, por si só, a viagem", conta. Para além do hobby, o analista não esconde a vontade que também tem de entrar de cabeça no mundo da aviação. "Tenho vontade de um dia pilotar um avião. Se eu ganhar na loteria, quem sabe não compro um pequeno avião para passear por aí", brinca.

Assim como o pai, o analista quer passar a paixão pela fotografia de aviação para as próximas gerações da família. "Tenho o desejo de um dia, daqui uns anos, levar meu filho, que hoje tem quase três anos, para uma feira aérea, cada um com uma câmera, para fazermos alguns registros", compartilha.

A relação do aposentado João Carlos Barbosa, 52, com a fotografia de aviação é bem mais recente. "Eu sempre gostei muito e fui muito curioso por esse assunto. Eu tive colegas que trabalharam comigo que já foram da Varig, então eles gostavam de contar as histórias dos aviões, da segurança. Além disso, eu acompanhei canais no YouTube, vi documentários e li sobre como são feitos os aviões, os motores, tudo que envolve o assunto", relata Barbosa.

Hoje, o aposentado coleciona mais de 30 anos de história com a fotografia. No entanto, foi só em 2019 que Barbosa decidiu juntar o amor pelas fotos com o interesse pela aviação, influenciado, em grande parte, pelo Spotter Day. O evento reúne anualmente os apaixonados por aviação e fotografia aeronáutica na pista de pouso e decolagem do aeroporto de Brasília para registrar imagens das aeronaves transeuntes.

Além disso, os participantes também podem visitar a Seção Contra Incêndio e assistir a uma demonstração dos bombeiros da concessionária. Durante o período do evento, os fotógrafos ocupam uma área de acesso restrito, ficando a menos de 300 metros da pista do segundo aeroporto mais movimentado do Brasil. Na última edição, realizada no fim de julho, o Spotter Day reuniu 150 pessoas.

Logo na primeira edição em que participou, em 2019, Barbosa se destacou entre os fotógrafos e foi vencedor de um concurso feito pela companhia aérea Latam. Para o aposentado, foi a experiência que o fez se sobressair logo na primeira participação do evento. "Enquanto muitas pessoas ficam focando apenas no avião, eu tento ver a composição do ambiente", explica o fotógrafo, que também tem interesse pela fotografia de paisagens. Na ocasião, o aposentado foi premiado por um registro que passa a ideia do avião próximo à lua.

Desde a primeira ida ao evento, Barbosa continua incentivando a paixão pela fotografia de aviação, que, por coincidência, acaba sendo facilitada pelo local onde mora. "Eu moro no Lago Sul, muito próximo à pista de aproximação e decolagem do aeroporto. Por isso, eu posso tirar foto todo dia de avião. Isso tem contribuído muito para eu gostar mais dessa parte de fotografia de aviação", admite. A proximidade do aeroporto também tem feito o fotógrafo reviver desejos antigos. "Já tive muita vontade de pilotar", revela Barbosa, que acabou deixando o impulso de lado por medo. No entanto, a possibilidade ainda não está totalmente descartada. "Agora, como estou aposentado, tenho um pouco mais de tempo para pensar em novos hobbys", diz.

Movido pela paixão recente, Barbosa já faz planos de viagens voltadas para a fotografia de aviação. "Eu ainda não tive muitas oportunidades de fotografar em outros aeroportos e outras cidades, mas eu pretendo investir nisso. Eu já estou de olho no aeroporto Santos Dumont, no de Guarulhos. Mas, por enquanto, estou aproveitando o céu de Brasília, que é lindo e facilita bastante o trabalho", afirma.

 


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