Narcotraficante do DF, Nego Gel, é condenado a 9 anos de prisão

Considerado um dos maiores narcotraficantes da capital federal, Nego Gel foi preso em operação em dezembro de 2021. Ele ganhou notoriedade no mundo do crime pela audácia, ao postar fotos nas redes sociais ostentando armas de fogo

Darcianne Diogo

Pablo Giovanni*

postado em 09/09/2022 20:26

(crédito: Material cedido ao Correio)

Envolvido com criminosos paraguaios e apontado como um dos maiores narcotraficantes do Distrito Federal, Geovane Gonçalves de Souza, 38 anos, conhecido como Nego Gel, recebeu uma condenação de nove anos pelo crime de tráfico de drogas. Nego Gel foi preso em dezembro de 2021 numa operação da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) depois de quase um ano de investigação. O comparsa dele, Galvan Sousa, também foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT).

Geovane se tornou um dos principais alvos da polícia depois de ser identificado, em 2020, com um dos fornecedores de drogas para criminosos. Com uma vasta ficha criminal por envolvimento em homicídio, extorsão, ameaça, roubo e porte de armas, Nego Gel ganhou notoriedade no mundo do crime pela audácia. Nas redes sociais, fazia questão de ostentar com armas de fogo e efetuava disparos para ameaçar rivais. Além disso, tinha forte atuação na comercialização de entorpecentes na região Norte do DF, que abarca as cidades de Sobradinho, Planaltina e Paranoá.

De posse das informações, os policiais civis do DF realizaram inúmeras diligências em Planaltina de Goiás e em Formosa (GO), endereços onde Geovane estaria escondido. No ano passado, os agentes receberam a informação anônima de que o criminoso teria saído do Entorno para morar no Vale do Amanhecer, no DF, em decorrência de uma série de conflitos com rivais de Goiás. Nego Gel foi preso em 10 de dezembro quando saía da garagem de casa em um Jetta.

Na casa onde ele estava foram localizados 37 kg de skank; 500 gramas de cocaína; 10kg de maconha; munições calibre .380, .38 e 9mm e um carregador de 9mm vazio dentro de um baú. O comparsa dele, Galvan Souza Silva, também foi preso.

Condenação

Para a polícia, Geovane negou traficar drogas e afirmou que não conhecia Galvan. O comparsa disse aos investigadores que os entorpecentes encontrados com ele seriam para uso próprio, confessou que vendia as substâncias sozinho e assumiu ser o dono das porções de maconha, cocaína e skunk apreendidas na época.

A juíza Rejane Zenir, da 5ª Vara de Entorpecentes do DF, justificou que os elementos de provas não são suficientes para comprovar que Geovane praticou o crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e, por isso, decidiu absolvê-lo neste crime. No entanto, afirmou que, em relação ao tráfico, não restam dúvidas do envolvimento do criminoso.

Geovane foi condenado a uma pena de 9 anos e 4 meses de reclusão e 800 dias-multa em regime inicial fechado. Galvan recebeu a pena de 5 anos de reclusão e 600 dias-multa por tráfico, além de 1 ano de detenção e 10 dias-multa por posse irregular de munição. A sentença foi proferida na terça-feira (6/9).