Clima

Previsão de chuva forte e ventos para o fim de semana

Mesmo com chuva, o Distrito Federal não alcançou os 142mm de volume de precipitações esperado para outubro. O maior índice, de 12mm, ocorreu no Gama

Luciana Duarte*
postado em 22/10/2022 06:00
 (crédito: Novacap)
(crédito: Novacap)

Céu encoberto, pancadas de chuvas, trovoadas isoladas e ventos moderados com rajadas devem marcar o fim de semana. Há, ainda, possibilidade de tempestades. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre segunda-feira (24/10) e o dia 31 de outubro, o mesmo pode se repetir. É uma época que exige atenção redobrada por parte da população. Alagamentos e quedas de árvores se repetem todos os anos, causando transtornos, prejuízos e até mortes. Em novembro de 2021, um homem morreu arrastado por uma enxurrada no Riacho Fundo. Em outubro de 2013, uma criança de 6 anos perdeu a vida durante um temporal, em Ceilândia, quando um ônibus escolar foi tomado pela água.

Mesmo assim, o Distrito Federal está longe de alcançar os 142mm de volume de chuvas esperado para outubro. No Gama, houve o maior índice, porém, de apenas 12mm. O meteorologista Heráclio Alves, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma, no entanto, que o retorno das chuvas não está atrasado. O especialista lembra que o período sempre apresenta irregularidades e depende de outros fatores climáticos. "Neste ano, temos uma massa de ar quente e seco sobre a região que impede a formação das nuvens, mas é um fenômeno normal", explica. 

De acordo com o climatologista e professor do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília (UnB) Rafael Franca, só haverá motivo para preocupação quanto ao volume de precipitações se as chuvas não se intensificarem em novembro. "Outubro é um mês de transição, assim como setembro. São poucas chuvas, mal distribuídas, e muito calor", pontua.

Prevenção

Diante da recorrência de eventos como inundações e quedas de árvores, a Defesa Civil atua em conjunto com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) para acompanhar as áreas de risco no DF. O objetivo é antecipar medidas e diminuir impactos mais graves para a sociedade. "São monitorados locais com declive acentuado, erosões próximas a córregos, com precariedade de sistemas de drenagem de águas pluviais e/ou de saneamento básico", informa a Defesa Civil.

Entre janeiro e julho de 2022, o órgão registrou uma diminuição de mais de 50% nas ocorrências derivadas de fenômenos naturais. Foram 21 situações, entre elas, seis alagamentos, três deslizamentos ou desmoronamentos e nove processos erosivos. No mesmo período de 2021, foram 46 episódios, entre eles quatro alagamentos, dez de avaliação de risco de queda de árvore, dez deslizamentos ou desmoronamentos, 13 processos erosivos e duas enxurradas.

Neste ano, a Novacap executou 62.836 podas e retiradas de árvores, em todo o DF. De acordo com a empresa, "a ação preventiva realizada não elimina 100% do risco de queda, pois, caso os ventos ultrapassem 40km/h, mesmo árvores sadias podem ceder". A Novacap informa, ainda, que "a limpeza de bueiros também é feita continuamente, mas o trabalho não é suficiente para garantir a segurança dos moradores do Distrito Federal".

Infraestrutura

Segundo Rafael Franca, a infraestrutura da capital federal não é compatível com "eventos extremos". Em função disso, as inundações e transbordamentos são inevitáveis, devido à inadequação do sistema de "microdrenagem" (escoamento das águas das chuvas até os rios, córregos e outros cursos de água).

O professor observa que a população do DF é uma que mais cresce no país, o que exige investimento crescente na infraestrutura. "O poder público precisa investir e atualizar o que existe adequando ao novo cenário climático", enfatiza. A capacidade do solo de absorver a água também deve ser regulada, para minimizar os impactos ambientais da estrutura urbana. "É necessário que as casas tenham uma área mínima não calçada e isso só pode ser regulamentado pelo governo", destaca.

Sobre esse problema, a Novacap respondeu ao Correio que "as redes de águas pluviais são calculadas (a época da execução) por período de recorrência de chuvas nos períodos anteriores, portanto, são adequadas. Entretanto, com a ocupação de áreas verdes e novas construções (edificações e pavimentos) estas redes, em alguns locais do DF, encontram-se no limite da sua capacidade, uma precipitação acima da média em um curto período de tempo pode acontecer um escoamento mais lento".

*Estagiária sob a supervisão de Malcia Afonso

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação