Famílias vão às urnas em um último momento em Ceilândia para votar

No Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia eleitores chegam no fechamento dos portões para ir às urnas. Supervisor de local explica como foi as eleições no colégio

José Augusto Limão*

postado em 30/10/2022 20:01 / atualizado em 30/10/2022 20:04

(crédito: Guilherme Felix/CB/D.A. press)

Muitos eleitores deixaram para descansar no domingo e no fim da votação decidiram ir às urnas para decidir o futuro presidente da república. Foi o caso do casal Wesley Moreira, 29 e Lucas Gabriel, que foram votar pensando no exercício da democracia. O casal de Ceilândia conta que eles saíram de casa para reivindicar aquilo que perderam durante o último governo. “ O atual presidente vai totalmente contra a jurisdição e principalmente contra as leis trabalhistas, falta de respeito total, temos que proteger nossos direitos’’, disse Wesley. O casal traz na palavra medo o sentimento que está sentindo no atual contexto político nacional. “ Estamos com mais medo que esperança, o que aconteceu no nordeste de barrar a população de votar, isso tudo preocupa muito”, relata.

Quem decidiu para ir às urnas nos últimos minutos foram Karine Guimarães, 39, e Fábio Guimarães, 43. O casal foi ao CEM 02 de Ceilândia com seus filhos Daniel e Sara para exercer o direito da democracia, os moradores de Ceilândia falam da importância de votar, principalmente para propor um futuro melhor para seus filhos. “ A gente quer uma educação melhor para nossos filhos, um ambiente seguro no país que não tenha tanta tensão, pois essa eleição foi muito polarizada” conta Fábio. Os pais relatam que querem que o próximo presidente tenha principalmente compromisso e tenha uma visão cristã, “ Eu por exemplo sou mais a direita, então penso mais nesse lado da família de Deus, e o candidato que se alinha com isso é o candidato do meu agrado”, disse Fábio.

No momento tão importante para a democracia brasileira foram levantadas muitas dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro. O professor Eliel de Aquino, 63, foi, nessas eleições de 2022 o administrador local de votação. O morador de Taguatinga falou com a equipe de reportagem do Correio Braziliense e relatou como foi esse processo. “Tirando alguns probleminhas pontuais, tudo ocorreu muito bem. Hoje por exemplo pela manhã teve uma situação de um eleitor que fez reclamação bem forte, porém ele estava na seção errada e por isso não estava conseguindo votar”. O morador de Taguatinga falou da rapidez do processo eleitoral neste segundo turno, que com menos candidatos a situação fica muito mais dinâmica.

Eliel foi questionado sobre a tranquilidade dos eleitores no colégio, enquanto nas ruas era observado um clima de guerra. “As pessoas se encontram, pessoas que já não se veem a muito tempo se encontram nessa época. É porque tem uma regra muito clara, né? Uma vez que o eleitor entrou no portão da escola para votação, ele entende que a lei exige dele um comportamento adequado para tá dentro da escola e pra entrar numa sessão e para depois votar”, explica.

O administrador local de votação explicou como funcionou a chegada das urnas no CEM 02 de Ceilândia e reforça que todo o processo é extremamente seguro. “A urna chega na sexta-feira e fica depositada na minha sala, e depois até o momento da eleição e vigiada 24 horas pela polícia. Temos um supervisor de transmissão que faz toda verificação das urnas no sábado, faz testagem, se houver algum problema, chama um técnico que entende do problema. Então, isso tudo antes, um dia antes da eleição tudo é testado, aí depois no dia já são montadas no seu lugar, tudo ligado”.

“Sete da manhã de domingo, por exemplo, nós já estávamos fazendo a zeragem dessa onda, o que é. Você verifica se não tem voto algum em urna nenhuma. Então essa garagem é afixado na porta dá pra garantir que tá tudo zerado, pra começar do zero’’ explica.

Eliel completa dizendo que, no fim das eleições, é retirado o extrato da urna onde é possível comprovar os votos computados naquela seção. “Depois da última verificação é feito a transmissão de dados pro sistema do Tribunal Regional Eleitoral( TRE). Isso é realizado na própria escola ao fim das eleições.. E a gente só entrega as mídias pra ele, mas já é transmitido já fechado”, diz.

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel