Corrupção

Altos escalões do GDF, CLDF e Novacap estariam envolvidos em desvio

A Operação Alta Conexão, realizada nesta quarta-feira (23/11) mira servidores e comissionados do alto escalão do governo. O grupo direcionava verbas de emendas parlamentares e outros projetos para empresas envolvidas no esquema

Edis Henrique Peres
postado em 23/11/2022 10:03 / atualizado em 23/11/2022 16:22
 (crédito: EDIS HENRIQUE PERES/CB)
(crédito: EDIS HENRIQUE PERES/CB)

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investiga a atuação de diversos servidores de altos cargos do Governo do Distrito Federal, da Câmara Legislativa e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) em esquema criminoso de desvio de dinheiro público.

Na manhã desta quarta-feira (23/11), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, em parceria com a Polícia Civil e Legislativa, cumpriu 20 mandados judiciais de busca e apreensão em diversos alvos: pessoas físicas, jurídicas e órgãos públicos distritais. Foram cumpridos 17 mandados no DF, 2 em Goiânia e 1 em Sergipe.

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) realiza, na manhã desta quarta-feira (23/11), uma megaoperação para desarticular suposta organização criminosa na Câmara Legislativa (CLDF)
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) realiza, na manhã desta quarta-feira (23/11), uma megaoperação para desarticular suposta organização criminosa na Câmara Legislativa (CLDF) (foto: EDIS HENRIQUE PERES/CB)

Entenda como funcionava o esquema:

De acordo com informações obtidas pelo Correio, o desvio das verbas contava com a atuação de funcionários públicos em cargos estratégicos na CLDF e na Novacap. O grupo solicitava serviços em regiões administrativas em que duas empresas envolvidas prestavam serviço público, como plantio de gramas ou recapeamento de asfalto.

Com a demanda de melhorias na cidade, o pedido era levado ao gabinetes de parlamentares da CLDF, onde os servidores conduziam o atendimento e direcionavam verbas para o serviço.

Dessa forma, o grupo tinha acesso ao montante do dinheiro público das emendas parlamentares. Os servidores envolvidos exerciam influência funcional e política nos funcionários públicos. E para isso, ofertavam diversas vantagens e o pagamento de propina.

O grupo é investigado por corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, crimes licitatórios, organização criminosa e de lavagem de capitais.

Questionada sobre o tema, a Novacap disse que colabora com as investigações e está "à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos". "Cabe destacar que a Novacap é uma empresa de gestão transparente, ética e tem sua atuação pautada em legalidade e responsabilidade com a história de Brasília", defendeu em nota. 

A reportagem também busca contato com outros investigados pela Polícia, mas ainda não teve resposta. O espaço continua aberto e a matéria será atualizada assim que houver um posicionamento. 

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