Psicultura

Produtores de pescado do DF se reúnem para debater desafios

O 16º Encontro de Piscicultores do DF e Entorno, promovido pela Emater teve como intuito encontrar soluções para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da aquicultura na região

Correio Braziliense
postado em 25/11/2022 10:05 / atualizado em 25/11/2022 10:05
 (crédito: Ana Nascimento/Emater-DF)
(crédito: Ana Nascimento/Emater-DF)

Cerca de 60 pessoas, entre produtores, extensionistas e representantes de empresas de pescado do Distrito Federal e Entorno se reuniram para discutir o panorama e os desafios do ramo. O 16º Encontro de Piscicultores do DF e Entorno, promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), teve como intuito encontrar soluções para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da aquicultura na região.

O coordenador de Aquicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges, informou que no DF há cerca de 600 produtores de pescado, sendo 60 em escala comercial. Em 2021, foram produzidas 2 mil toneladas de peixe, sendo 95% apenas de tilápia, que representam 1.850 toneladas. “Este encontro reuniu os produtores que trabalham em nível comercial, que definiram os desafios para incrementar a produção e encaminhar as demandas do setor para a Câmara Setorial da Piscicultura do DF”, salientou Adalmyr.

De acordo com o coordenador, a partir desse levantamento, a câmara vai trabalhar junto aos demais órgãos, como governo e empresas privadas, para o desenvolvimento sustentável da aquicultura no DF. O evento aconteceu na última quarta-feira (23/11) e contou com a presença do presidente da Ceasa, Petronah de Castro e Silva; do deputado distrital Roosevelt Vilela; do gerente de Tecnologia Agropecuária da Secretaria de Agricultura (Seagri), Angelo Augusto Costa, e do representante dos piscicultores, Guilherme Gonçalves Pereira.

Desafios

Entre as pautas abordadas, estão as dificuldades e os encaminhamentos para servirem de subsídios para a Câmara Setorial trabalhar junto ao governo e à iniciativa privada no desenvolvimento sustentável do setor. A diretora-executiva da Emater, Loiselene Trindade, destacou que o encontro de piscicultores é uma oportunidade de discutir a cadeia produtiva, mas também um momento de integração de todos os atores. “Muito tem de ser discutido numa Câmara Setorial, que é o elo entre o mercado, o governo e o poder legislativo. Mas é preciso que o produtor se una e discuta as demandas para o setor. O encontro é o fórum adequado para debater a tecnologia, as políticas públicas e o fomento da cadeia”, ressaltou.

Produtor rural do Paranoá, Leonardo Maciel Guimarães iniciou a produção de tilápia há 15 anos e relatou que o início foi difícil. No entanto, após vencer os desafios da cadeia produtiva, ele atualmente domina o mercado, onde está totalmente inserido. “A área de vendas é instável, a alimentação e a qualidade de alevinos são os principais gargalos, com destaque para o ponto final que é a venda. Produzimos 40 toneladas de tilápia por ano e tudo que produzimos é escoado e, muitas vezes, não conseguimos atender toda a demanda do mercado, sendo necessário comprar de outros fornecedores”, disse.

Grupos Temáticos

Os participantes do 16º Encontro de Piscicultores do DF e Entorno se dividiram em três grupos temáticos: comercialização e processamento, sistemas de produção e insumos. Esses grupos levantaram os principais desafios da cadeia produtiva e propuseram soluções. Na comercialização e processamento, entre as dificuldades mais relevantes, foram destacadas a dificuldade do pequeno produtor colocar seu produto no mercado, conseguir escala, padrão e precificação, além da falta de planejamento das etapas de produção.

Para as soluções, o produtor deve se profissionalizar, aprender a fazer a gestão zootécnica e financeira a fim de conseguir regularizar o fornecimento, padronizar e saber calcular um preço competitivo. Na parte de insumos, a tributação do setor, falta de profissionalização, falta de infraestrutura para criação de cooperativas e falta de envolvimento entre os produtores foram algumas das dificuldades detectadas.

Para a solução foram apontadas a necessidade de construção de estratégias para a compra coletiva de insumos, acessibilidade do pequeno produtor aos equipamentos, integração do setor por meio da criação de cooperativas iniciando como grupos associados e fomento governamental para o setor, além de parceria público-privada para estimular a produção local de alevinos.

Já em sistemas de produção, entre os maiores desafios estão melhoria e manutenção das estradas rurais, acesso ao crédito rural, suporte técnico para a piscicultura e oferta de mais qualificação para mão de obra.

Como soluções, o grupo definiu a identificação dos pontos mais críticos nas estradas vicinais e a intensificação da manutenção pelo governo local, o aumento de recurso específico para o aquicultor e a oferta de cursos de capacitação, além do desenvolvimento de unidades demonstrativas para acesso do produtor às tecnologias.

*Com informações da Emater-DF

 

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