INVESTIGAÇÃO

Chacina no DF: ex-mulher e filha de Marcos Antônio foram mantidas em cárcere

Mãe e filha seguem desaparecidas. No cativeiro, a mulher e a segunda filha de Marcos, Renata Belchior e Gabriela Belchior, foram amordaçadas, vendadas e amarradas

Darcianne Diogo
postado em 22/01/2023 22:25 / atualizado em 22/01/2023 23:26
 (crédito: Redes sociais)
(crédito: Redes sociais)

Dadas como desaparecida, Cláudia Regina Marques de Oliveira e a filha, Ana Beatriz Marques de Oliveira, ex-mulher e filha de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos, estiveram no mesmo cativeiro onde ficaram a esposa de Marcos e a segunda filha dele, Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25. Cláudia e Ana também foram mantidas em cárcere privado, em uma residência localizada na Vila do Sol, entre o Vale do Amanhecer e Arapoanga, em Planaltina.

A informação foi dita em depoimento por Fabrício Silva Canhedo, 34 anos, preso acusado de participação na chacina familiar. As investigações conduzidas pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) revelaram que Fabrício era o responsável por vigiar a casa e as vítimas mantidas em cárcere. O imóvel pertencia a Horácio Carlos, 49, também detido pela polícia e foi alugado há cerca de três meses antes do crime.

Durante o interrogatório, Horácio confessou que, enquanto Renata e Gabriela estavam no cativeiro, tiveram os celulares retidos, foram vendadas e amordaçadas para não gritarem. Em seguida, segundo ele, as duas foram levadas dentro de um Siena até uma rodovia de Unaí, em Minas Gerais, local onde os criminosos a estrangularam e atearam fogo no carro e nos corpos. O veículo foi localizado no sábado passado. Ainda não é possível confirmar as identidades das vítimas carbonizadas, uma vez que o laudo do IML não ficou pronto.

Cárcere

Renata, Gabriela, Cláudia e Ana Beatriz ficaram ao menos 10 dias mantidas em cárcere na casa alugada por Inácio, segundo apontaram as investigações. De acordo com a apuração policial, os criminosos se passavam pelas vítimas e trocavam mensagens com familiares para evitar desconfiança.

Na segunda-feira, o corpo de Marcos foi encontrado enterrado no quintal do cativeiro. O cadáver estava em uma cova rasa de 50cm de profundidade, sem os braços e degolado. A localização do corpo foi ponto crucial nas investigações e descartou a primeira hipótese, de que Marcos e o filho, Thiago Belchior, 30, teriam se associado e orquestrado o sequestro e assassinatos de toda a família.

Também foram mortos a mulher de Thiago, a cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e os filhos do casal, Gabriel, 7, e os gêmeos Rafael e Rafaela, 6. Mãe e filhos foram estrangulados e carbonizados dentro de um carro, em Cristalina de Goiás.

A polícia prendeu Gideon Batista, 55, e segue no encalço de Carlomam dos Santos, 26, considerado foragido. Impressões digitais de Carlomam foram encontradas no cativeiro e no carro de propriedade de Gideon. Conforme o Correio revelou em primeira mão, o criminoso é integrante da maior facção do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), e foi alvo de uma operação desencadeada em 2018 pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) contra membros da cúpula atuantes em presídios da capital.

A polícia pede para que, caso alguém tenha informações sobre o paradeiro de Carlomam, denuncie pelo número 197, da Polícia Civil. O sigilo é garantido.

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