Chacina

Chacina no DF: Justiça autoriza quebra de sigilo telefônico de acusados

Juiz do Tribunal do Júri de Planaltina aceitou pedido formulado por delegacia responsável pelo caso. Objetivo da quebra de sigilo é entender melhor a dinâmica do crime

Pablo Giovanni
postado em 11/02/2023 00:20 / atualizado em 11/02/2023 00:21
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais - Divulgação/PCDF)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais - Divulgação/PCDF)

O juiz do Tribunal do Júri de Planaltina quebrou o sigilo telefônico de Gideon Batista de Menezes, 55, Horácio Carlos Fernandes Barbosa, 49, e Fabrício Silva Canhedo, 34. Eles são réus pela maior chacina da história do Distrito Federal, que vitimou 10 pessoas da mesma família.

A quebra de sigilo foi formulado pelo delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) Ricardo Viana com o parecer favorável do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O pedido é para acessar os dados, registros, mensagens e demais informações telefônicas para a elucidação do caso. O magistrado Taciano Vogado Rodrigues Junior ainda concedeu a transcrição de mensagens extraídas dos aparelhos.

Para a investigação, o entendimento é que ainda existem perguntas a serem respondidas, e a quebra do sigilo telefônico vai facilitar o caso. O juiz ainda determinou que a mãe da cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e a irmã de Renata Juliene Belchior, 52, como assistentes de acusação. O Correio preferiu resguardar a identidade dos familiares.

Réus na Justiça

O juiz do Tribunal do Júri de Planaltina aceitou a denúncia contra Gideon Batista de Menezes, 55, Horácio Carlos Fernandes Barbosa, 49, Fabrício Silva Canhedo, 34, Carlomam dos Santos Nogueira, 26, e Carlos Henrique Alves da Silva, 27. Eles se tornaram réus pelo crime que ficou conhecido como a maior chacina da história do Distrito Federal, que vitimou 10 pessoas da mesma família.

Junior recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Na decisão, o magistrado transformou a prisão de Carlomam e Carlos Henrique em preventivas — sem prazo de duração — e analisou o caso como “extremamente grave e merecedores de uma pronta intervenção Jurisdicional visando acautelar o meio social”.

“Esse inicial quadro fático-probatório, que será melhor esclarecido no decorrer da instrução criminal, está a indicar possíveis momentos de terror e pânico sofridos pelas vítimas, dentre elas três crianças, frise-se, as quais, conforme já narrado acima, antes de serem 'levadas para sua morte', teriam, em tese, sido mantidas reféns e supostamente amarradas/amordaças em um verdadeiro cativeiro montado pelos seus algozes, supostamente os ora acusados”, disse o juiz.

“Tais circunstâncias delitivas, a toda evidência, demonstram a extrema e concreta gravidade dos fatos apurados, o que está a indicar, reitere-se, uma frieza incomensurável e uma periculosidade exacerbada por parte dos acusados, fatores mais do que suficientes para decretar a imediata custódia cautelar como forma de resguardar a paz social e a tranquilidade da população local, bem como assegurar a própria credibilidade da justiça”, completou.

Com isso, eles vão responder por quase 100 crimes, segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público. Entre eles, extorsão, homicídio, ocultação de cadáver, fraude processual e sequestro.

Veja por quais crimes os cinco acusados foram denunciados

Gideon Batista: é apontado como o mentor dos assassinatos. A motivação, segundo revelaram as investigações, foi em decorrência da chácara onde moravam Marcos Antônio Lopes, 54, a mulher dele, Renata Belchior, 52, e a filha do casal, Gabriela Belchior. Gideon foi denunciado por homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma de fogo, associação criminosa e roubo.

Horácio Carlos: responderá por homicídio quadruplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado, homicídio duplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma de fogo, associação criminosa, roubo e fraude processual.

Carlomam dos Santos: responderá por homicídio quadruplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma de fogo, associação criminosa, roubo e ameaça com uso de arma.

Carlos Henrique Alves da Silva: responderá por homicídio duplamente qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime) de sequestro e cárcere privado.

Fabrício Silva Canhedo: extorsão mediante sequestro, associação criminosa, roubo e fraude processual.

Entenda o caso

A maior chacina do DF começou com o desaparecimento da cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e dos três filhos: Gabriel, 7, e dos gêmeos, Rafael e Rafaela, 6. A mulher saiu do salão onde trabalhava, na 307 Norte, na noite de 12 de janeiro, após ser atraída para uma emboscada na casa onde moravam os sogros, Marcos Antônio Lopes, 54, e Renata Belchior, 52, — os dois também assassinados. A motivação, segundo revelaram as investigações, foi a chácara onde Marcos morava, avaliada em R$ 2 milhões.

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