O período de carnaval no Distrito Federal ocorre em uma situação da pandemia de covid-19 mais confortável para os foliões e para o próprio governo local, principalmente comparado com os últimos três anos. Especialistas ouvidos pelo Correio atestam que existe a possibilidade de um aumento no número de casos da doença, mas que essa alta deve ficar restrita apenas a diagnósticos positivos, sendo mais improváveis óbitos e internações.
Para o infectologista Hemerson Luiz, não só o Distrito Federal, mas o país está em momento de estabilização da doença, com taxas de transmissão controladas e sem o registro de mortes. O especialista lembrou que, no domingo (12/2), o Brasil, pela primeira vez desde o início da pandemia, não registrou morte por covid-19 em 24 horas. "Além disso, o público que vai participar dos blocos, se caracteriza por ser mais jovem e, estaticamente, também já estão vacinados. Pelo menos grande parte da população tem duas doses da vacina", acredita.
"Alguns cuidados são recomendados, como manter o esquema vacinal completo, incluindo a dose de reforço. É necessário evitar contato com pessoas com sintomas gripais e caso ela tenha esses sintomas, como tosse, coriza, espirro ou febre, ela não deve participar dos blocos", disse. "Considerando o momento epidemiológico que vivemos, a covid-19 não deve ser uma fonte de preocupação tão grande para as autoridades, desde que a vacinação continue avançando, além das pessoas serem orientadas a manter o esquema completo", completou o infectologista.
Segundo monitoramento do Correio, o DF está há 53 dias sem óbitos por covid-19. Após todo o mês de novembro e dezembro com a taxa de transmissão acima de 1, a capital federal conseguiu entrar em 2023 com a transmissão considerada ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apesar de um crescente aumento nos últimos dias — a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) não divulga os dados desde segunda-feira (13/2) por problemas técnicos.
Para a infectologista Joana D'arc Gonçalves, o carnaval chega com um sentimento especial, mas que para uma folia responsável, é necessário estar com a carteira de vacinação em dia. "Muita gente ávida por uma festa ou um retiro espiritual com os amigos, e, para isso, reforçamos a necessidade da vacina contra a covid-19. Lembre-se que estamos celebrando a ausência de óbitos por causa da eficácia das vacinas", comemorou.
Assim como Luiz, a especialista acredita que, possivelmente, haverá um aumento de casos de doenças de transmissão respiratória, mas crê que o número de hospitalizações e mortes seja bem menor. "Após períodos de festividades há sempre um aumento. Também é esperado que o número de casos de covid e, por isso, para continuarmos celebrando o ano inteiro, precisamos fazer a nossa parte", detalhou.
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Quarta dose
Estagnada desde julho de 2022, a quarta dose para pessoas com menos de 40 anos é algo visto com muita distância pela SES-DF. Existe uma nota técnica do Ministério da Saúde que orienta que não haja a redução dessa faixa etária. Mesmo que haja o desejo da pasta em reduzir, a intenção é seguir o que é orientado pelo ministério. No CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — de 7 de fevereiro, a secretária da pasta, Lucilene Florêncio, destacou que a recomendação trava qualquer desejo de avançar com a vacinação.
"O ministério, na ocasião, preconiza que nós completemos o calendário de todas as faixas etárias que fizemos o começo da vacinação. Mas não há uma recomendação, ainda, do ministério para que seja reduzida a menos dos 40 anos", contou.
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