O Correio promove nesta terça-feira (7/3) o Correio Debate, com tema "Combate ao Feminicídio: uma responsabilidade de todos". Jane Klebia do Nascimento, delegada e deputada distrital, é umas participantes do debate. Klebia afirmou que tudo que é nocivo às mulheres deve ser criminalizado, mas que isso não é o suficiente.
"Eu acredito que seja importante criminalizar todo e qualquer conteúdo que seja muito nocivo às mulheres. Mas a criminalização das condutas, infelizmente, não tem o poder de fazer cessar. As pessoas falam que feminicidas devem ser presos o resto da vida. Já tendo conversado com estes autores, afirmo que a última coisa que passa na cabeça deles é que eles vão matar e vai ficar preso 30 anos. Isso não passa. Pois ele está tomado de raiva. Em um surto", afirma a deputada.
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Ao lado da delegada, participaram também do segundo painel do debate Thiago Pierobom, titular da 2ª Promotoria de Violência Doméstica em Brasília e colaborador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT, e Cristina Tubino, presidente da Comissão de Enfrentamento da Violência Doméstica da OAB/DF.
Klebiase diz que muitas coisas já foram feitas em relação ao feminicídio, mas falta fazer muito mais. "A gente precisa trabalhar na educação e na questão de respeito, respeito de verdade. E respeitar a mulher é uma das coisas mais difíceis. O homem aprende todos os dias que ele é dono, que ele pode, que a mulher que não obedece é desobediente e não presta. A altivez dela é tida como um grande problema que ele precisa conter. Isso só vai cessar a partir da educação. Agora, a pena pode colocar 100 anos, e ainda assim terá gente que vai assumir o risco e vai matar", afirma a delegada.
"Então educação precede todo esse processo. O comportamento machista e misógino começa ainda na adolescência e precisa ser contido. Pra mim, isso é parte da educação. Então criminalizar é importante como resposta social, para inibir outros, para fazer justiça pela família, para a pessoa que sofreu com aquela conduta, é importante para elas, mas no sentido de conter a violência, de fazer acabar, pra mim, é a educação", completa.
O evento tem o objetivo de promover um ambiente de discussão que amplie a agenda de ações locais a uma esfera que ofereça a visibilidade necessária a essa questão, que é humanitária e de interesse nacional. Estão previstos três painéis, com diversos convidados, que vão discutir o assunto.
O terceiro painel, discute o papel da sociedade no combate ao feminicídio. O encerramento tem participação prevista do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli.
*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel
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