Jornal Correio Braziliense

CB.Saúde

Comportamento da população no frio pode aumentar infecções respiratórias, diz médico

Para o médico Rodrigo Biondi, o crescimento dos diagnósticos nesta época do ano é explicado pelo comportamento da população e não diretamente pela baixa temperatura

Muitas vezes relacionados à causa de gripes e pneumonias, o frio não interfere nos diagnósticos de doenças respiratórias, analisa o médico Rodrigo Biondi, coordenador das Unidades de Terapia Intensiva Adulto do Hospital Brasília. “Quando olhamos para países que nevam, não existe um aumento no número de pneumonias em relação a um país tropical, como o Brasil", explicou no CB.Saúde desta sexta-feira (24/3) – parceria do Correio com a TV Brasília.

De acordo com Biondi, a explicação é populacional. No frio, as pessoas fecham as janelas do ônibus ou de casa, o que facilita a propagação do vírus. Já no calor, as pessoas costumam abrir as janelas para aumentar a ventilação. “Isso gera a impressão que no inverno existem mais doenças respiratórias. Existem, mas não por conta do frio, mas por conta da nossa interação mais próximas. No verão, as pessoas ficam em ambientes mais abertos, como no parque”, pontuou.

“O inverno não aumenta pneumonia, gripe ou viroses pelo efeito direto da queda da temperatura; elas aumentam pelos comportamentos da população, que ficam em ambientes fechados, aumentando o contágio. Mas outras doenças respiratórias, como exemplo asma, rinite, podem aumentar com o frio. O frio não traz vírus, que são os reais causadores das viroses, incluindo algumas pneumonias”, indica.

Na bancada com o jornalista Carlos Alexandre, o médico afirmou que o crescimento dos casos de doenças respiratórias se deve ao longo período chuvoso. “Estamos em um ano atípico, nesta época, estamos quase em abril, e com um pouco mais de chuvas”, diz.

Prestes a viajar para China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diagnosticado com "pneumonia leve”. Para pessoas idosas como o presidente, Biondi recomenda cuidados como observação, isolamento e, dependendo do quadro clínico, oxigênio e fisioterapia.

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel