CPI da CLDF

Prisão de indígena bolsonarista não teve reflexos calculados pela PMDF

Prisão de indígena causou atos golpistas em frente à sede da Polícia Federal, em 12 de dezembro do ano passado. Segundo ex-comandante, a prisão não era esperada para aquela data

Pablo Giovanni
postado em 11/05/2023 18:41
 (crédito: Reprodução/Internet)
(crédito: Reprodução/Internet)

O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Fábio Augusto Vieira, afirmou, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, que a Polícia Federal não avaliou os reflexos do que poderia ocorrer com a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tsereré, nos ataques à sede da PF, em 12 de dezembro.

O oficial foi ouvido, nesta quinta-feira (11/5), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Naquele dia, parte da corporação da PMDF estava empenhada na diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A PF resolveu cumprir um mandado de prisão judicial sem comunicar a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e as forças de segurança, e não avaliou os reflexos do que poderia ocorrer com aquela operação. De repente, nós nos vimos instalados em um caos, na área central de Brasília, onde era próximo do período natalino. Os shoppings e hotéis estavam lotados”, disse.

“De imediato, a tropa começou a ser deslocada para lá. Para você entender, eu estava de túnica e troquei de roupa dentro da viatura para ajudar no combate. A nossa determinação era concentrar todas as viaturas do DF no intuito de restabelecer a ordem, preservando vidas”, completou.

CPI da CLDF

O ex-comandante-geral foi ouvido na CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF. O oficial é investigado em um inquérito por omissão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Vieira era comandante da corporação nos ataques aos prédios dos Três Poderes. O coronel chegou a ser preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, em 10 de janeiro. No 1° Regimento de Polícia Montada, o ex-comandante permaneceu até 3 de fevereiro, quando Moraes decidiu seguir determinação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu sua liberdade.

O requerimento, proposto pelo deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP), foi aprovado para a CPI ouvir do coronel detalhes sobre a atuação da corporação nos ataques de 12 de dezembro e de 8 de janeiro, que estava com o baixo efetivo, além da existência de uma suposta "guerra" interna pelo comando da PM.

Exonerado em 11 de janeiro, Vieira foi substituído ao coronel Klepter Rosa, que deve ser ouvido pelos distritais em 29 de junho.

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