SEPULTAMENTO

Centenas de paroquianos do Centro-Oeste se despedem de Frei João Benedito

Corpo de Frei João Benedito foi enterrado nesta terça-feira (16/5), na Cidade Ocidental. Pároco e reitor da Basílica Santuário São Francisco de Assis morreu na madrugada de segunda-feira (15/5), devido a complicações cardíacas

Mariana Saraiva
postado em 17/05/2023 03:00
Sepultamento Frei João Benedito -  (crédito: Mariana Saraiva)
Sepultamento Frei João Benedito - (crédito: Mariana Saraiva)

Centenas de pessoas de paróquias da região Centro-Oeste acompanharam na tarde desta terça-feira (16/5) a última missa de corpo presente e o sepultamento de Frei João Benedito, no cemitério de frades, localizado no Santuário Jardim da Imaculada, na Cidade Ocidental (GO). O pároco e reitor da Basílica Santuário São Francisco de Assis da Asa Norte morreu em decorrência de complicações cardíacas na madrugada de segunda-feira (15/5), aos 53 anos. O religioso teve um mal-estar na noite de domingo (14/5), durante a Santa Missa que encerrava a comemoração da elevação do santuário à basílica, pela qual o frei foi responsável.

O momento da despedida foi marcado pela emoção. Amigos, familiares e fieis seguiram o cortejo entoando canções católicas, que começou às 17h. Parentes do frei que moram em Paracatu (MG), cidade natal do religioso, locaram uma van para estarem presentes à cerimônia, entre elas, a madrinha de batismo do pároco, Tereza Soares, 85. Chorando, ela recordou da infância do frei. "Vou sentir muita falta dele, mas sei que ele está em paz, parecia até que estava dormindo", disse.

A sobrinha Sabrina Araujo, 35, afirmou que a família não esperava uma partida tão repentina. "No sábado, estávamos com ele sorrindo e brincando. Foi muito inesperado. Ele era como um pai para todos os sobrinhos. Como ele era padre, nos adotou como filhos e nos tratava com todo amor, mas dava bronca quando tinha que dar. Vou lembrar dele com aquele sorrisão e o jeito brincalhão de sempre", comentou. Sabrina observou que João Benedito foi apaixonado pela Igreja a vida inteira. "Ele sempre contou que teve seu chamado quando criança. Não era um padre de apenas rezar a missa e ir embora. Ele era presente e ia na casa das pessoas, dava conselhos aos casais, aos jovens", relembrou a sobrinha.

Muito abalada, a irmã Maria Isabel falou que vai lembrar do frei como um companheiro. "Meu irmão era tudo que alguém precisa ter na vida", disse. Para Isabela Araújo, filha de Maria, o tio era o centro da família e fará uma falta imensurável. É como se tivéssemos perdido as pernas. Ele era um tio que me ligava apenas para contar uma piada, que acompanhava toda a minha trajetória, sempre me incentivava e acreditava em mim", desabafou.

Frei Flávio começou a carreira religiosa com João Benedito, seu amigo de infância e membro da mesma basílica. Ele esteve presente desde do momento em que Frei João passou mal e acompanhou as nove missas de corpo presente no DF e em Goiás celebradas em honra ao religioso. "Estava recordando que, 35 anos atrás, ainda jovens, nós dois passamos por essa rua (Rua do Bosque, na Cidade Ocidental), que era apenas mato, para iniciarmos nossa caminhada na Igreja. Hoje, deixo o corpo do meu irmão e amigo aqui", lembrou, chorando. "Sempre terei lembranças boas porque Frei João foi uma pessoa muito boa e só fez o bem. Entrar hoje nesse jardim para deixar o corpo do meu irmão me traz tristeza, mas também vem a alegria, porque, como católicos, acreditamos na ressurreição", completou Frei Flávio.

  • Cerimônia foi marcada pela emoção. Morte do religioso ocorreu de repente e surpreendeu a todos Fotos: Mariana Saraiva
  • Sepultamento Frei João Benedito Mariana Saraiva

 

 

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Entrar hoje nesse jardim para deixar o corpo do meu irmão me traz tristeza, mas também vem a alegria, porque, como católicos, acreditamos na ressurreição"

Frei Flávio, amigo de infância

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