CLDF

CPI: deputados de direita e esquerda produzem relatórios paralelos no DF

Na CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF, textos paralelos estão sendo produzidos, caso haja discordância do texto do relator, Hermeto (MDB). Fábio Félix (PSol) e Daniel de Castro (PP) são os representantes das duas frentes políticas opostas

 28/03/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. Sessão deliberativa ordinária na Câmara Legislativa. -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
28/03/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Sessão deliberativa ordinária na Câmara Legislativa. - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
postado em 26/10/2023 20:45 / atualizado em 26/10/2023 20:45

Tanto parlamentares da direita como da esquerda da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF) estão produzindo relatórios paralelos, caso o primeiro, do deputado e relator Hermeto (MDB), seja derrubado.

O parlamentar, que compõe a base do Governo do Distrito Federal (GDF), já deixou claro que não pretende indiciar nenhum nome que não tenha sido ouvido pelos distritais. Uma reunião que trataria sobre um relatório preliminar, apresentado pelo emebedista, na segunda-feira (30/10), foi cancelado, o que aumentou o clima de apreensão entre os parlamentares sobre os nomes que serão ou não indiciados.

Um dos contrários ao que o relator pensa sobre o não indiciamento de pessoas que não compareceram à CPI é o deputado Fábio Felix (PSol), que defende a presença de nomes do governo Bolsonaro, como o próprio ex-presidente — que está no rol de indiciados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, no Congresso Nacional. “O ideal é dialogar antes, conversando com todo mundo. Não um relatório surpresa. O relator esteve aqui, ouviu todos os depoimentos”, argumentou o parlamentar.

“Ele (Hermeto) sabe quem são aqueles do Brasil que tentaram dar o golpe, sabe quem são os culpados. A população tem expectativa que relatório seja sério. Nós temos um material robusto no nosso mandato e vamos produzir um voto separado para caso o relatório do deputado Hermeto não corresponda ao que a gente entenda ser correto”, completou o parlamentar.

Outro relatório paralelo que está sendo produzido é o do deputado Pastor Daniel de Castro (PP). O parlamentar, em conjunto com parlamentares ligados à ala de apoio a Bolsonaro, aposta em um relatório que contemple o atual governo federal. Os distritais não mencionaram abertamente os nomes, mas há o indicativo de que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, o G. Dias, seja indiciado.

“O relator Hermeto tem se posicionado de forma veementemente, que seguramente terá indiciamento de membros do governo federal, como também não indiciará aqueles que por essa CPI não passaram, que é um princípio do direito. Mas, há uma inquietude no nosso coração. Iremos nos reunir na segunda-feira, eu e deputados da direita", disse o parlamentar. "De maneira nenhuma ir contra o relatório do deputado Hermeto, mas sim de aumentar as nossas convicções para que possamos discutir com ele, anteriormente, e se não conseguirmos, quando ele apresentar o relatório, a gente vai fazer a discussão, porque teremos toda uma estrutura de arcabouço, convicta no nosso lado, para que possamos fazer uma discussão, na individualização da conduta das pessoas”, explicou Daniel de Castro.

Indiciamento

Hermeto voltou a dizer que o relatório dele não será político, e que mesmo que sofra pressões de parlamentares considerados da “direita” e “esquerda”, não cederá. O parlamentar criticou o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, da senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

“Não vou entrar em guerra política, e sim no aspecto técnico. Os delegados da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), aqui da Casa, estão me assessorando. Se alguém for indiciado, estará lá o motivo. Nada de político eu vou fazer do meu relatório”, esclareceu. “A princípio, não vou indicar ninguém que eu não ouvi. A CPI é um colegiado. Quem quiser votar a favor e discordar, não posso fazer nada”, disse.

O relatório final deve ser votado antes de 30 de novembro, já que a CPI acaba, oficialmente, em 5 de dezembro. É esperado, portanto, que não haja não exista uma reunião prévia para tratar do documento.

 

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