ENTREVISTA/CHICO VIGILANTE, DEPUTADO DISTRITAL

Há uma série de responsáveis, diz presidente da CPI da CLDF, Chico Vigilante

Em entrevista ao Correio Braziliense, Chico Vigilante falou sobre os últimos capítulos da CPI dos Atos Antidemocráticos e sobre as responsabilidades aferidas pelos parlamentares

 30/10/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF - CB.Poder entrevista o Deputado Distrital Chico Vigilante. -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
30/10/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF - CB.Poder entrevista o Deputado Distrital Chico Vigilante. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 31/10/2023 05:00

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF), Chico Vigilante (PT), foi o convidado de ontem do CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Aos jornalistas Ana Maria Campos e Ronayre Nunes, o deputado distrital falou sobre os momentos finais da CPI que investiga a tentativa de golpe e a avaliação dos primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como você avaliou o resultado da CPMI do Congresso e o que esperar da CPI da CLDF?

Quando aconteceram os atos do dia 8 de janeiro, a Câmara ainda estava de recesso. Imediatamente, eu liguei para o presidente (da CLDF) Wellington (Luiz — MDB), e propus a criação da CPI, mas nós só tínhamos três assinaturas, porque somos três deputados. Para uma CPI prosperar ela tem que ter no mínimo oito assinaturas e depende da vontade do presidente autorizar ou não a instalação. Eu fui dialogando e nós chegamos a 23 assinaturas. Inicialmente, os governistas queriam dirigir a CPI e eu não concordei. A gravidade do que aconteceu não era caso de oposição ao governo, a gente tinha que apurar efetivamente os fatos ocorridos e aí chegamos a indicação do meu nome para presidente, com o compromisso de convidar o deputado Hermeto (MDB) para ser o relator. Nós já estamos com 33 audiências realizadas, pela primeira vez nós levamos generais do exército brasileiro para um banco de CPI. Nada que aconteceu na Câmara Legislativa tem tido uma audiência tão grande como é o caso dessa CPI.

Dá para apontar os responsáveis?

Não há um responsável e sim uma série de responsáveis. Na verdade, aqueles atos não começaram dia 8. Começaram com aquelas motociatas negativistas, tentando dizer que as eleições seriam fraudulentas, desacreditando as instituições e as urnas eletrônicas. Pelo dia 12 de dezembro, na diplomação do presidente Lula, quando praticamente tocaram fogo em Brasília. E depois, o que eu acho de uma gravidade enorme, foi o que aconteceu no dia 24, quando elementos saíram de dentro da Praça dos Cristais, onde os criminosos estavam amotinados e saíram dali para explodir um caminhão com 46 mil litros de querosene de aviação. Poderia ter ido, o aeroporto de Brasília, pelos ares. Simultaneamente, queriam explodir a Rodoviária do Plano Piloto, com milhares de pessoas que estavam se preparando para o dia do Natal. Explodir as torres de alta tensão de Furnas, e a gente teria um blackout no país inteiro. Esses criminosos terão que pagar por tudo que fizeram.

Qual a análise do primeiro ano de Governo Federal?

Elegemos o Poder Executivo, mas nós temos um Poder Legislativo formado, na sua maioria, pela direita. (Lula) é um presidente reconhecido no mundo inteiro, tem muito dinheiro de fora para investimento no Brasil. Temos uma guerra insana que é praticada entre Israel matando os palestinos e o Hamas matando israelitas. E agora Natanyahu, de extrema direita, despeja bomba em cima de mulheres e crianças palestinas. Tem essa guerra da Ucrânia, que é outra estupidez praticada pelo Putin, que quer destruir uma nação vizinha, pela inabilidade do presidente Zelensky, que queria se aliar à Otan. Tudo isso interfere no mundo e traz problemas econômicos.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação