Condenado por bomba no Aeroporto passa para regime semiaberto

Alan Diego poderá trabalhar durante o dia, mas terá de regressar a Papuda à noite. Ele é um dos três condenados por tentar explodir o Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro de 2022

Alan Diego dos Santos, em depoimento para os Deputados Distritais. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. CPI da Camera Legislativa (CLDF). Alan Diego dos Santos, em depoimento para os Deputados Distritais. )

Pablo Giovanni +

postado em 30/11/2023 09:00 / atualizado em 30/11/2023 12:14

O bolsonarista condenado por tentar explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, Alan Diego dos Santos Rodrigues, vai passar a cumprir a pena em regime semiaberto. A decisão foi proferida pela juíza da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, Francisca Danielle Vieira Rolim Mesquita.

A magistrada ainda autorizou que Alan possa cumprir trabalho externo, via Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap). A progressão para o semiaberto só seguirá valendo caso o condenado da bomba siga com bom comportamento. Ele tem de voltar ao Complexo Penitenciário da Papuda todos os dias à noite.

A Justiça ainda pediu que a defesa de Alan apresente um comprovante do local onde ele pretende permanecer durante as saídas temporárias. Conforme decidiu a 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) há dois meses, Alan teve a pena reduzida para cinco anos de reclusão, além 17 dias-multa.

De acordo com a defesa do réu, apesar da decisão da Justiça do DF, Alan segue preso preventivamente por conta de uma ação penal que responde no Supremo Tribunal Federal (STF).

O caso

Alan Santos George Washington são condenados em duas instâncias pelo envolvimento no caso da bomba, em 24 de dezembro do ano passado. O Correio teve acesso à sentença assinada pelo juiz Osvaldo Tovani e proferida em 11 de maio. Com base na decisão, não há dúvidas quanto ao envolvimento de George e Alan no crime. Em depoimento, George confessou que recebeu o artefato explosivo em 23 de dezembro do ano passado e fez a montagem no mesmo dia.

Depois, entregou a bomba a Alan. Ainda com base na sentença, George e Alan se conheceram em frente ao QG do Exército, local onde Alan recebeu o artefato em uma caixa de papelão. “O vínculo entre ambos é inegável, afinal, no interior da caminhonete de George foi encontrada impressão digital de Alan”, frisou o magistrado.

Alan também confessou o crime à polícia e confirmou ter recebido o artefato. Ele foi o responsável por colocar o explosivo no para-lama do caminhão-tanque, próximo ao Aeroporto de Brasília. As imagens colhidas pelos investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mostraram a ação do extremista.

Depois de deixar a bomba no local, Alan acionou o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, informando, numa das ligações, que tinha visto um artefato numa carreta de combustível em frente ao aeroporto. No segundo telefonema, disse ter visto uma moça correndo apavorada depois de ver uma bomba no automóvel.

O processo do blogueiro Wellington Macedo foi apensado, tendo em vista que ele estava foragido e só foi capturado em setembro desse ano. Nele, o blogueiro foi condenado a seis anos de prisão, por expor a perigo de vida, a integridade física de outro mediante explosão, arremesso ou colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos. O bolsonarista foi condenado a regime inicial fechado e começou a cumprir a pena após ser preso em 15 de setembro.

A participação dele, de acordo com a polícia, foi ter levado Alan até o local onde foi deixado à bomba.

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  29/06/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. CPI da Camera Legislativa (CLDF). Alan Diego dos Santos, em depoimento para os Deputados Distritais. Foto: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. CPI da Camera Legislativa (CLDF). Alan Diego dos Santos, em depoimento para os Deputados Distritais.

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