LAVAGEM DE DINHEIRO

Supermercados com dívidas de R$ 500 milhões na Receita são investigados

Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PCDF em sete regiões administrativas. Alguns dos investigados têm histórico criminal por lavagem de dinheiro e sonegação de impostos

 Operação Romanos 13:7 investiga lavagem de dinheiro e sonegação fiscal por parte de supermercados do DF -  (crédito: PCDF)
Operação Romanos 13:7 investiga lavagem de dinheiro e sonegação fiscal por parte de supermercados do DF - (crédito: PCDF)
postado em 22/03/2024 10:40 / atualizado em 22/03/2024 17:49

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou, na manhã desta sexta-feira (22/3) uma operação para cumprir oito mandados de busca e apreensão em empresas de supermercados. As empresas acumulam dívidas de R$ 500 milhões por crimes de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos. A operação, batizada de Romanos 13:7, foi conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT) em conjunto com o Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR/PCDF) e a Subsecretaria da Receita do Distrito Federal.

Os mandados foram cumpridos em residências e sedes de empresas, nas regiões administrativas de Águas Claras, Gama, Samambaia, Taguatinga, Recanto das Emas, além do Sudoeste e Plano Piloto. O foco da apuração são os verdadeiros sócios, alguns com histórico criminal por crimes da mesma natureza.

Segundo a PCDF, os investigados formaram um grupo econômico com membros da família para declarar débitos tributários fraudulentamente, sem a intenção de pagá-los. O grupo realizou diversas simulações de pagamento (parcelamentos) para simular que quitariam às dívidas ao Sistema de Justiça e a Fazenda Distrital. Entretanto, os indícios demonstraram que os suspeitos não tinham a intenção de regularizar a situação junto à Receita do Distrito Federal. As dívidas ultrapassam a cifra de R$ 500 milhões.

Além disso, as empresas em questão realizaram simulações de pagamentos para suspender ações fiscais, misturando recursos ilícitos e lícitos para dissimular a fraude, o que prejudicou as instituições públicas.

Os investigados enfrentarão acusações que incluem associação criminosa, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, podendo receber penas que variam de seis a 18 anos de prisão. Medidas assecuratórias também foram autorizadas pelo Poder Judiciário para garantir o ressarcimento aos cofres públicos, visando compensar os prejuízos causados ao Estado. A operação mobilizou cerca de 45 policiais, peritos criminais e auditores da Receita distrital.

A operação foi batizada de Romanos 13:7, em referência ao versículo bíblico que prega: “Deem a cada um o que lhe é devido: se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra”.
Mais informações serão fornecidas após a conclusão das diligências.

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