Investigação

Responsável por recrutar membros para o PCC em Brazlândia é preso

Gabriel dos Santos é filho de Walter Pereira, atualmente preso e responsável por ameaçar de sequestro algum familiar da juíza Leila Cury, titular da Vara de Execuções Penais (VEP)

Homem foi preso em Brazlândia -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Homem foi preso em Brazlândia - (crédito: PCDF/Divulgação)
postado em 11/04/2024 20:23

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta quinta-feira (11/4), Gabriel dos Santos Lima, apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) da célula de Brazlândia. Gabriel é filho de Walter Pereira, atualmente preso, responsável por ameaçar sequestrar algum familiar da juíza Leila Cury, titular da Vara de Execuções Penais (VEP), em 2018.

Nesta manhã, os investigadores da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) cumpriram três mandados de busca e apreensão na Vila São José e no Setor Veredas. Gabriel foi preso na casa da namorada, na quadra 36 da Vila São José. Na residência dele, na mesma quadra, os policiais apreenderam 32 porções de haxixe e uma pedra grande de crack, que, fracionada, geraria 100 porções da droga.

Monitorado há dois meses pela polícia, o investigado tinha a função de recrutar novos integrantes para o PCC em Brazlândia, informou a PCDF. Gabriel chegou a ser alvo da Operação Sicário e foi condenado por organização criminosa, mas recorre em liberdade.

Operação

Gabriel é filho de Walter Pereira e foi encarregado pelo pai de recrutar novos membros para a facção paulista. Ao longo das apurações no âmbito da operação Sicário, desencadeada no ano passado, os policiais descobriram a presença de mais criminosos faccionados que atuavam no tráfico de drogas, em roubos e homicídios.

Entre 2008 e 2016, foram registrados vários assassinatos relacionados a guerras entre gangues de Brazlândia por disputa por pontos de drogas. Em regra, as execuções eram ordenadas por grandes traficantes, que cooptavam pessoas para serem os executores dos crimes. O cenário de violência possibilitou a identificação e prisão dos “líderes”.

Walter Pereira era um dos líderes que, de dentro da Papuda, “batizou” o filho Gabriel e era responsável por transmitir recados da cadeia para fora. “Waltinho”, como é mais conhecido, foi condenado a mais de 58 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, roubo, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa. O ex-integrante do Comboio do Cão (CDC), facção fundada no DF, está envolvido em uma série de crimes relacionados ao PCC. Em 2015, o grupo ao qual ele pertence foi responsável por, pelo menos, 22 explosões de caixas eletrônicos no DF. No mesmo ano, ele e a mulher (também integrante do PCC), conhecida como “Rapunzel”, foram detidos com um total de 39 artefatos explosivos.

Preso, Walter começou a articular formas para repassar recados para criminosos soltos. O filho Gabriel foi encarregado por ele para a missão de recrutar e batizar novos membros para a facção. Em uma das conversas colhidas pela polícia, em 2022, Gabriel chega a dizer que o pai “o colocou em uma facção”. O genitor ainda atribuiu ordens ao criminoso de atacar policiais e atear fogo nos ônibus da cidade. O objetivo era gerar pânico e atacar grupos rivais.

O criminoso de alta periculosidade também se envolveu na transmissão de recados ameaçadores a um delegado da PCDF e à juíza da VEP. No manuscrito, Walter ordenava o sequestro de um membro da família da magistrada, na tentativa de coagi-la a expedir alvarás de soltura de internos.

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