Morreu na manhã deste sábado (22/6) em São Paulo aos 94 anos o engenheiro e ornitólogo Johan Dalgas Frisch. Dalgas estava internado há alguns meses devido a sérios problemas de saúde. Apaixonado pelas aves, dedicou sua vida a registrar os sons de várias espécies e deixou um legado inestimável para a conservação da fauna brasileira.
Brasileiro de ascendência dinamarquesa, Dalgas foi uma figura central na história da preservação das espécies no Brasil. Sua paixão pelas aves começou na infância, após um encontro com um pássaro ferido. A experiência marcou o início de uma vida dedicada à proteção da avifauna nacional, consolidando-o como um dos principais ornitólogos do país.
Apesar de sua formação em engenharia, sua verdadeira paixão sempre foi a natureza, especialmente as aves. Junto com seu pai, Svend Frisch, ele colaborou na ilustração do influente livro "Aves Brasileiras", o primeiro guia de campo de ornitologia do país, que completou 60 anos em 2024. Esta obra é considerada uma referência global na área.
Em 1962, Dalgas Frisch introduziu uma técnica pioneira de gravação dos cantos das aves da Amazônia e do Pantanal, utilizando um equipamento desenvolvido por ele mesmo. Johan foi fundamental para a criação do Parque Nacional do Tumucumaque, o maior parque de floresta tropical do mundo.
Ao longo dos anos, Johan realizou diversos projetos ambientais, incluindo a estação de tratamento de esgoto do Aeroporto Internacional de Guarulhos em 1976. Recebeu o título de Cidadão Honorário do Texas em 1992 por seu papel em salvar e repatriar um falcão-peregrino. Colaborando com seu filho Christian, lançou obras como "Jardim dos Beija-flores" (1994), "Os 12 Cantos do Brasil" (2001) e "Cantos Harmoniosos da América" (2002).
O velório de Dalgas Frisch será realizado neste domingo (23/6), na capital paulista.
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