
Sócios de empresas do setor sucatas e metais foram alvos de uma operação da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária da Polícia Civil (DOT/PCDF) em conjunto com a Receita do Distrito Federal, por estarem no centro de um esquema milionário de sonegação fiscal. Na manhã desta quarta-feira (19/2), foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão no DF, em Goiás e no Rio de Janeiro.
A polícia acredita que o grupo esteja atuando há cerca de 10 anos na capital federal. Até o momento, as dívidas ativas na Receita do Distrito Federal referentes aos valores sonegados chegam a R$ 101 milhões.
Os mandados judiciais foram cumpridos nas casas dos investigados, no DF, em Goiânia, Luziânia, Planaltina (GO) e no Rio de Janeiro. As ações em andamento têm o objetivo de consolidar e fortalecer as provas já reunidas, individualizando a participação de cada integrante da organização, bem como de viabilizar o ressarcimento dos valores sonegados ao Distrito Federal.
Participaram da operação aproximadamente 125 policiais da Polícia Civil do Distrito Federal, além de equipes da Receita distrital, e contou com o apoio das Polícias Civis dos Estados de Goiás e Rio de Janeiro.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de organização criminosa, sonegação fiscal, falsificação e uso de documentos falsos, além de lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
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Fraude de década
Os articuladores do esquema eram os sócios das empresas do setor de sucatas e metais para grandes indústrias. Além deles, outros suspeitos atuavam como operadores responsáveis pela constituição das empresas fantasmas, bem como contadores envolvidos na estruturação das fraudes.
A investigação revelou a existência de um grupo criminoso especializado na criação de empresas de fachada e fictícias, utilizando “laranjas” e “testas de ferro” para viabilizar um esquema de sonegação fiscal. A polícia identificou que a organização criminosa criava empresas “fantasmas” para substituírem as empresas reais na comercialização de sucatas e metais recicláveis, mecanismo esse que permitia que as empresas beneficiárias continuassem enquadradas no regime tributário que lhes garantia o pagamento reduzido de impostos.
Outro foco da apuração é rastrear o caminho percorrido pelos valores movimentados nas contas das empresas fraudulentas, a fim de identificar os verdadeiros beneficiários do esquema e mensurar os lucros ilícitos obtidos por cada investigado.