conflito nos EUA

Engels Espíritos, que foi para os EUA após ameaças no Brasil, teme ser extraditado

Músico brasiliense afirma ter sofrido ameaças e perseguição dentro da Ordem dos Músicos no Brasil. Morando nos EUA, gaitista teme ser extraditado pela polícia da imigração americana

Após um ano e cinco meses morando em Los Angeles, na Califórnia, o músico brasiliense Engels Espíritos, 52 anos, agora teme ser extraditado para o Brasil, onde afirma ter sofrido ameaças e perseguição dentro do Conselho Federal da Ordem dos Músicos no Brasil. 

Los Angeles chega ao quarto dia de protestos contra a política migratória e as deportações no país. As manifestações se intensificaram a partir da noite de domingo e transformaram a região em um cenário de guerra, com disparos de fogos de artifício contra agentes, destruição e viaturas policiais incendiadas. "Como músico latino, já não sei o que pode acontecer comigo diante desta insegurança e violência toda em relação às políticas antiimigratórias", diz o músico.  

"O governo de Donald Trump está deportando até imigrantes com green card, com visto de estudante e de asilo político. Meu processo (de asilo político) já não me traz segurança", acrescenta, ao Correio. Engels reforça que, caso precise deixar o país, deseja voltar ao Brasil, mas não se sente seguro.

Em 2018, o músico registrou um boletim de ocorrência por ameaça. Em seu depoimento, informou que estava em uma audiência pública no Senado Federal, ocasião em que representou músicos, e apresentou supostas denúncias dos atos ilícitos, corrupções e improbidades administrativas da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). 

"Na porta da saída do Senado Federal, perto da escadaria, foi abordado por este membro do Conselho, que o ameaçou dizendo: 'tá bonito hein, isso não vai ficar assim não', 'eu vou lá para fora para te dar porrada', fazendo o sinal de um murro com a mão e dizendo ainda 'isso não vai ficar assim não, nós vamos atrás de você para resolver'", diz boletim de ocorrência. A autoria da ameaça, no entanto, não foi identificada no documento. Mais dois boletins de ocorrência, também por ameaças, foram feitos em 2022; um em Brasília, outro em Recife.

O espaço segue aberto para manifestações. 

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