A perícia preliminar da Polícia Civil (PCDF) apontou que os dois servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mortos ao tentar combater um incêndio florestal não usavam equipamentos de proteção. Valmir de Souza e Silva e Manoel José de Souza Neto, ambos de 65 anos, foram encontrados carbonizados nas proximidades do Residencial Tororó, BR 251 km 06, em São Sebastião, na tarde dessa terça-feira (29/7).
A Polícia Civil, por meio da 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente. Ao longo da tarde desta quarta-feira (30/7), a polícia colheu o depoimento de testemunhas e funcionários do IBGE, incluindo o motorista que conduzia o caminhão-pipa. Abalado, o trabalhador preferiu não conceder entrevista. Os investigadores avaliam possíveis falhas que podem ter resultado na tragédia. Entre elas, a falta de equipamento de proteção por parte das vítimas.
A origem do incêndio também será investigada e não é descartada a possibilidade de uma ação criminosa. “Estamos no aguardo dos resultados da perícia para sabermos se foi acidente ou partiu de uma conduta criminosa. Nossa equipe também fez a perícia no caminhão-pipa”, afirmou o delegado-adjunto da 30ª DP, Ronney Matsui.
O fogo
Os dois trabalhadores atuavam na brigada ambiental do IBGE e eram lotados na Reserva Ecológica do órgão, distante a poucos metros do local do incêndio. Segundo relatos de testemunhas, eles perceberem a ameaça de que as chamas invadissem a reserva e resolveram agir: saíram em um caminhão-pipa junto a outro servidor, que dirigia o veículo. Ao Correio, um funcionário do IBGE relatou que Valmir e Manoel conseguiram apagar parte das chamas e estavam em um ponto da mata onde não havia mais fogo. “Não sabemos o que de fato ocorreu. Se as chamas invadiram o outro lado e o cercaram. O motorista estava posicionado na ponta da mangueira e saiu ileso”, detalhou.