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Pesquisadora defende uso consciente do fogo para proteger o Cerrado

Em entrevista ao CB.Poder, a ecóloga Isabel Schmidt explica como o uso planejado do fogo pode ajudar a conservar o Cerrado e prevenir incêndios de grandes proporções

Isabel Schmidt, professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Rede Biota Cerrado, no CB.Poder desta quarta-feira (6/8) -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Isabel Schmidt, professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Rede Biota Cerrado, no CB.Poder desta quarta-feira (6/8) - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Os incêndios florestais e a devastação do Cerrado foram tema da entrevista com Isabel Schmidt, professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Rede Biota Cerrado, no CB.Poder desta quarta-feira (6/8) — uma parceria entre a TV Brasília e o Correio Braziliense. A conversa foi conduzida pelos jornalistas Adriana Bernardes e Carlos Alexandre de Souza.

Durante a entrevista, Isabel destacou a importância da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que propõe uma abordagem mais estratégica sobre o uso do fogo no meio ambiente. A pesquisadora explicou que o fogo não deve ser visto apenas como um inimigo a ser combatido, mas também como uma ferramenta útil para a conservação, desde que utilizado de forma planejada, controlada e segura. “A lei reconhece a necessidade do uso do fogo em diversos contextos e regulamenta essa prática. É preciso entender quando e como ele pode ser usado. O que todos nós devemos fazer para que ele seja, de fato, uma ferramenta e não se transforme em uma emergência, como acontece nos incêndios”, explicou Isabel.

A política completou um ano de promulgação em 31 de julho. Desde então, segundo Isabel, diversos avanços foram registrados, especialmente no âmbito federal. “Algumas ações foram tomadas para garantir recursos financeiros destinados a estados, municípios e propriedades particulares, com o objetivo de viabilizar a implementação do manejo integrado do fogo. Também estão sendo criadas formas de articulação entre os entes federativos para que todos ajam em conjunto nesse processo”, afirmou.

Questionada sobre quais estados mais avançaram após a publicação da lei, Isabel citou o papel do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo (COMIF), criado dentro da política. O comitê estabeleceu diretrizes importantes. “Uma das resoluções do COMIF determina que todos os estados devem, em até dois anos, regulamentar e definir suas próprias normas e ações de manejo integrado do fogo. Esse prazo começou a contar em março deste ano. Até lá, os estados precisam alcançar o mesmo nível de organização e atuação que o governo federal já atingiu”, detalhou a pesquisadora.

Assista à entrevista na íntegra: 

 

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postado em 06/08/2025 17:19
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