O domingo (19/10) amanheceu silencioso na Praça Maria Cláudia Del’Isola, entre as quadras 112 e 113 Sul. Amigos, familiares e colegas se reuniram para prestar uma última homenagem a Isaac Vilhena, de 16 anos, morto na sexta-feira (17/10) após ser vítima de um ato infracional análogo a latrocínio. No lugar das sirenes e da correria que marcaram o final de semana, o som agora era o das vozes embargadas, das orações e das lembranças.
O irmão mais velho, Edson Avelino, de 28 anos, agradeceu o apoio recebido e pediu orações pela mãe. Entre o choro contido e a fé, ele descreveu o adolescente como um jovem maduro e consciente dos próprios sonhos.
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“Meu irmão tinha apenas 16 anos, mas era um rapaz muito maduro. Maduro em seus objetivos, maduro em aceitar o que precisava ser melhorado. Não vai trazer ele de volta, mas dá o mínimo conforto saber que ele era querido e cumpriu seu papel”, afirmou. “Eu peço muita oração, principalmente pra minha mãe, nesse momento tão difícil. Que Deus nos dê força pra dar todo o suporte a ela, que é quem mais vai precisar da gente.”
Entre os colegas do Colégio Militar de Brasília, as lembranças se misturavam à saudade. Luana Vilacinah, de 17 anos, contou que conheceu Isaac há pouco tempo, mas que a amizade entre os dois foi imediata. “O Isaac era um menino muito feliz. Onde passava, deixava alegria. Ele sempre esteve do meu lado, me ajudava com tudo que eu precisava. Era gentil, participativo, humilde. Me dói muito saber que o último momento que ele quis passar comigo não aconteceu, mas sei que ele está nos braços de Deus, sendo acolhido como o menino bom que sempre foi”, desabafou.
Outro amigo, Luiz Felipe, conhecido como Sampaio entre os colegas, definiu Isaac como um “irmão de peito”. “A gente se conheceu em 2021, no sétimo ano, e desde então nossa amizade floresceu. Ele sempre falava dos sonhos dele. Queria ser técnico de TI junto com o irmão, ter um carro esportivo, viajar o mundo. Quando foi pra Los Angeles, me trouxe um broche. Quando foi pra Madri, trouxe um chaveiro. Mesmo longe, ele sempre lembrava de mim. É inacreditável o que aconteceu. Foi uma injustiça", exclamou o jovem.
A ex-namorada, Flávia Rolon, de 16 anos, também prestou homenagem com palavras que comoveram os presentes. “Eu tive o privilégio de fazer parte da família dele e conhecer a pessoa incrível que ele era. Nosso relacionamento terminou porque éramos muito jovens, mas o meu amor por ele nunca acabou. Ele era a luz em nossas vidas. Quem o conheceu sabe do que eu estou falando. Ele era amor, ele era luz”.
Entre flores, cartazes e balões brancos, o que se ouviu na manhã deste domingo foi uma sequência de vozes que, mesmo entre lágrimas, insistiam em celebrar a vida de um menino descrito como gentil, inteligente e cheio de sonhos.
O velório de Isaac Vilhena começou às 14h, na Capela 1 do Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. O sepultamento está previsto para as 16h30.
