
Por Lara Costa—A Marcha das mulheres negras realizou, na manhã dessa quarta-feira (26/11), o seminário Por um Feminismo Afro-Latino-Amerciano: Herdeiras do Pensamento de Lélia Gonzalez. Essa é a primeira palestra internacional do movimento, que visa discutir sobre o feminismo negro, e ocorreu na Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn).
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Segundo Bernadette Esperança, coordenadora nacional da marcha, o objetivo do evento também é trazer o legado da pensadora Lélia Gonzalez dentro do feminismo negro. “Se trata de perpetuar o pensamento, as formulações, a praxis, para nos ajudar a pensar também o nosso tempo, as nossas estratégias de luta, então um pouco disso que a gente pensou”, explica.
Com isso, ela tem a expectativa de que tanto as mediadoras quanto o público troque experiências. “Que possamos nos apropriar também, ter mais subsídios do próprio pensamento da filósofa, pensar as nossas estratégias de organização e luta das mulheres negras, feministas e do racismo.”
Participaram do seminário algumas organizações, como o Pontas da Marcha e o MST, nesse senitdo, Regina Jerônimo ressalta a importância dessa participação. “Temos que nos olhar enquanto pares para poder caminhar nesse sentido de acumular forças, teoria e, principalmente, integrar esses nossos diálogos, que os movimentos fazem, mas que enquanto articulação, tinhamos essa carência”, diz.
Discussões
Simone Magalhães, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reforça a discussão do feminismo latino-americano em perspectiva de raça. “O nosso seminário dialoga com a necessidade de conhecermos experiências antirracistas, reforçar a importância da nossa unidade e também de denunciar as formas atuais, que o machismo utiliza para subordinar os corpos das mulheres negras”, relata.
Além disso, ela apontou para a grande presença de mulheres negras na agricultura e a participação delas nessa discussão. “Não é um exagero dizer que são as mulheres negras que estão fazendo o debate da possibilidade de uma outra matriz produtiva que garanta uma relação com a natureza, novas relações sociais, em que a gente possa superar a exploração, em que a gente possa superar as opressões, o racismo e o patriarcado.”
Já Aline Costa, do Movimento Unificado Negro (MNU), fez toda a retrospectiva da carreira de Lélia Gonzalez explicando não só a influência do pensamento dela sobre o racismo no Brasil, como também firmou compromisso da organização com povos vítimas de genocídio no mundo todo. “Não é só sobre o território, é sobre a etnia e racismo. Quem luta contra o racismo no Brasil, e em qualquer parte do mundo, tem que denunciar o que acontece na Palestina”, defende.
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