“A senhora vem me buscar amanhã, né?” Essa foi a última conversa entre Fabiana Marinho, 36 anos, e a filha Rafaela Marinho, 7 anos. O diálogo ocorreu na noite dessa quinta-feira (20/11), horas antes de a mãe receber a notícia do assassinato da menina.
Rafaela foi asfixiada pela madrasta - assassina confessa, segundo a polícia - dentro da casa do pai, no Setor Oeste da Estrutural, na tarde desta sexta-feira (21/11). Os pais da criança são separados e, desde segunda-feira (17/11), Rafaela estava na residência do genitor, onde mora também a namorada dele, identificada como Iraci Bezerra dos Santos.
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A conversa entre Fabiana e a filha ocorreu pelo celular do pai. As duas combinavam o horário para buscar Rafaela. “Era pra eu ter buscado ela na quinta-feira (20), mas eu falei que estava sem dinheiro e iria vir hoje (sexta-feira). E falei que mamãe buscaria ela. Ela até perguntou de novo: ‘A senhora vem mesmo, né?’ E eu respondi que sim. Olha como eu vim buscar minha filha”, disse, chorando.
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O crime ocorreu durante a tarde desta sexta (21/11), e a notícia se espalhou na vizinhança por volta de 13h, com a chegada do Corpo dos Bombeiros. O pai de Rafaela trabalha como mestre de obras em uma construção do Lago Sul e recebeu a notícia por telefone. Foi ele quem também enviou uma mensagem à ex, mãe da menina. “Ele disse pra eu descer para a Estrutural e pediu perdão”, contou a dona de casa.
“Eu sou casada e ele tem essa namorada. Mas sempre pedi para ele tomar cuidado com quem arrumava. Pedi tanto para cuidar da minha filha”, desabafou a mãe. Ainda de acordo com ela, a menina não relatava maus-tratos por parte da madrasta. Disse apenas uma vez que Iraci estaria tentando matar o companheiro envenenado.
Iraci foi presa depois de se apresentar voluntariamente à 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural). O Correio apurou que, para os investigadores, ela atribuiu o crime ao uso de drogas.
