PRÊMIO JK

Lúcia Willadino Braga enaltece legado de Juscelino durante homenagem no Prêmio JK

Presidente do Sarah também reforçou a importância de fortalecer a saúde pública e o SUS

Referência na saúde pública nacional, o Hospital Sarah Kubitschek tem uma história que se confunde com a da própria capital federal. Nesta terça-feira (9/12), a neurocientista e presidente da rede Sarah, Lúcia Willadino Braga, recebeu uma das homenagens do Prêmio JK Correio Braziliense, pelo trabalho realizado na saúde do Distrito Federal e que se estende a todo o país.

Durante a entrega do prêmio, Braga destacou o legado de Juscelino e Sarah Kubitschek desde a idealização da nova capital até a concretização do sonho de Dom Bosco. “É uma honra imensa estar aqui neste momento, receber um prêmio tão importante. Juscelino Kubitschek, a importância desse homem nessa cidade, da história do nosso país”, disse a presidente.

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“É uma honra imensa o Correio Braziliense ter sido um parceiro muito grande da saúde, repercutindo informação, sobre saúde, sobre as novas pesquisas. Tem sido um parceiro fundamental. Então, todo nosso agradecimento – o meu e de todos os meus colegas da Rede Sarah – por esse reconhecimento”, acrescentou Braga.

Ao Correio, Lúcia destacou a importância de fortalecer a saúde pública e o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ela, ainda há muita necessidade de melhorias, de gestões mais técnicas e transparentes, além de melhor aplicação de recursos públicos.

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“Nós precisamos melhorar ainda a capacidade de usar corretamente os recursos públicos e que a gente sabe o quanto custa o cidadão, as contribuições para manter o sistema de saúde e nós precisamos retribuir esse cidadão com um atendimento tecnicamente correto, cientificamente de ponta e, do ponto de vista humano, com toda atenção, porque cada indivíduo é importante”, pontuou Lúcia Braga.

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Esta é a primeira edição do Prêmio JK, lançado pelo Correio Braziliense, que reconhece e homenageia personalidades que fizeram parte da história de Brasília. O prêmio leva o nome da maior referência para a cidade, o ex-presidente Juscelino Kubitschek. São 16 categorias: esporte, cultura, sustentabilidade, agro, empreendedorismo, educação, direito e justiça, indústria e tecnologia, inclusão e voluntariado, saúde, gestão pública, turismo e eventos, comércio e serviços, entidade de classe, inovação e economia criativa.

Além disso, há a categoria das homenagens especiais: quatro personalidades que se destacaram em várias áreas foram selecionadas para figurarem na história dessa premiação. A seleção dos homenageados deste ano foi feita pela redação do Correio.

Perfil

Diretora-presidente da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, psicóloga de formação, musicista desde a infância e neurocientista por vocação, Lúcia Willadino Braga construiu uma trajetória marcada pelo pioneirismo científico e pela inovação metodológica, e tornou-se referência mundial na área de neurociência aplicada à recuperação de lesões cerebrais.

Nascida em Porto Alegre, mudou-se para Brasília ainda criança, acompanhando os pais, ambos servidores públicos. Cresceu com a capital em formação e vivenciou de perto o ambiente social, cultural e experimental que caracterizou os primeiros anos da cidade. Segundo ela, isso foi essencial para moldar seu espírito de pesquisa e criação, abrindo espaço para iniciativas inovadoras.

A ligação com a neurociência começou quase por acaso. Ingressou na Universidade de Brasília (UnB) para estudar composição e regência e já dominava partituras antes mesmo de ler palavras. O modelo interdisciplinar idealizado por Darcy Ribeiro permitiu que cursasse matérias de outras áreas. Foi dessa forma que aproximou música, psicologia e neurologia e se encontrou nos estudos do desenvolvimento cognitivo.

Desenvolveu ainda como estudante um projeto de pesquisa que propunha a reabilitação de crianças com lesões cerebrais por meio da composição musical e da manipulação de parâmetros sonoros. O projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e recebeu apoio decisivo do ortopedista Aloysio Campos da Paz, fundador da Rede Sarah. Em 1977, Lúcia começou a aplicar sua pesquisa no hospital e, dois anos depois, foi contratada. Desde então, nunca se desvinculou da instituição.

Soma mais de 130 palestras em 76 países, com destaque para seus estudos sobre plasticidade neuronal, interação familiar no processo de reabilitação e o impacto do afeto na recuperação de pacientes com lesões cerebrais. No fim dos anos 1990, recebeu o título de doutora honoris causa pela Universidade de Reims, na França, tornando-se a primeira mulher brasileira a receber a honraria.

Sob sua gestão, a Rede Sarah consolidou-se como um dos mais avançados sistemas públicos de reabilitação do mundo. Hoje, reúne nove unidades no Brasil e realiza cerca de 1,7 milhão de atendimentos anuais. Casada com o engenheiro Pedro Braga Netto, é mãe de três filhos.

Assista à transmissão do evento: 

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