OMS

OMS prepara plano contra abusos sexuais por parte de seus trabalhadores

Organização Mundial da Saúde, envolvida num escândalo de abuso sexual por alguns de seus trabalhadores na República Democrática do Congo, prometeu "tolerância zero"

Agence France-Presse
postado em 15/10/2021 19:01 / atualizado em 15/10/2021 19:01
 (crédito: Fabrice COFFRINI / AFP)
(crédito: Fabrice COFFRINI / AFP)

Sob pressão de seus principais contribuintes, a Organização Mundial da Saúde (OMS), envolvida num escândalo de abuso sexual por alguns de seus trabalhadores na República Democrática do Congo (RDC), prometeu "tolerância zero" e está preparando um plano de ação.


"A OMS destinará um montante inicial de 7,6 milhões de dólares para reforçar imediatamente sua capacidade de prevenir, detectar e responder à exploração e agressões sexuais em dez países com um perfil de maior risco", explicou a agência da ONU à AFP.


Para isso, a OMS contratará especialistas no tema e os enviará ao Afeganistão, Venezuela, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Etiópia, Nigéria, Somália, Sudão do Sul e Iêmen.


Uma comissão de inquérito independente publicou em 28 de setembro um relatório devastador para a organização. O documento denunciava que 21 trabalhadores da OMS cometeram agressões sexuais contra dezenas de pessoas na RDC durante a epidemia de ebola entre 2018 e 2020.


Após a revelação dos abusos, várias dezenas de países, incluindo os Estados Unidos e alguns Estados da União Europeia, exigiram um "compromisso total" da OMS contra essas agressões num comunicado conjunto.


O chefe da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus, revelou o plano de ação aos membros da OMS na quinta-feira.


A apresentação do documento final ocorrerá "nos próximos dias", contou uma fonte da OMS à AFP.


O relatório que revelou os abusos denunciou "falhas estruturais" e "negligências individuais". Assim, o plano "apresenta ações imediatas, de médio e longo prazo, para resolver as falhas identificadas"”, disse a OMS.

 

 Especialista enviado à RDC 

O documento da organização enfatiza vários aspectos para "melhorar a prevenção para as vítimas" e "aumentar as responsabilidades individuais e de gestão".


Também visa "reformar a cultura da OMS, suas estruturas e seus sistemas para criar uma cultura interna na qual a exploração e a agressão sexual não possam ocorrer, na qual não haja impunidade e exista tolerância zero para a inação".


Segundo as primeiras estimativas, a entidade deve investir 15 milhões de dólares anuais para implementar o plano.


Após a publicação do polêmico relatório, a OMS rescindiu os contratos de quatro de seus 21 funcionários diretamente envolvidos. Também suspendeu os de dois altos cargos.


Diante da nova epidemia de ebola que afeta o leste da RDC, "enviamos um especialista em prevenção de agressões sexuais entre a equipe de 15 pessoas destacadas em Beni", afirmou a agência da ONU nesta sexta-feira.

 

 

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