PESQUISA

Bebês sabem em quem confiar com base em quem compartilha saliva

Para os pequenos, pessoas que se beijam e compartilham comida são mais propensas a se ajudarem caso seja preciso

Thays Martins
postado em 21/01/2022 09:21 / atualizado em 21/01/2022 09:37
 (crédito: Pixnio/Reprodução)
(crédito: Pixnio/Reprodução)

Em que podemos confiar? Para bebês e crianças, a resposta para esta pergunta pode estar na saliva. Isso porque os pequenos associam o compartilhamento de saliva àquelas pessoas que têm um relacionamento forte e a obrigação de ajudar uma a outra.

Pelo menos é isso que aponta um novo estudo feito por neurocientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts  (MIT) e publicado nesta quinta-feira (20/1) na Science. Segundo a pesquisa, os bebês aprendem na observação e, por isso, eles entendem que pessoas que se beijam, compartilham comida ou têm outras interações que envolvem o compartilhamento de saliva são muito próximas e confiáveis.

Para chegar a conclusão, os pesquisadores analisaram o comportamento de bebês de 8 a 10 meses; e crianças de 1 ano e quatro meses a 1 ano e meio. No experimento, eles simularam que uma marionete compartilhou uma laranja com um adulto. Em seguida, a mesma marionete brincou com uma bola com um outro adulto.

Após isso, eles colocaram o boneco simulando que estaria angustiada entre os dois adultos. Os cientistas já sabiam, de estudos anteriores, que os bebês olhariam para quem eles esperavam que ajudasse a marionete. E, como imaginado, os pequenos olharam para a pessoa que tinha compartilhado a laranja.

Em uma outra simulação, o adulto colocou o dedo dentro da boca dele e depois dentro da boca do boneco. Em seguida, outro adulto colocou o dedo na testa dele e depois na do boneco. Na simulação de perigo, mais uma vez os bebês olharam para o adulto que tinha compartilhado saliva.

Os primeiros testes foram feitos antes da pandemia de covid-19. Após o início da pandemia, os cientistas repetiram os testes pelo Zoom e os resultados foram os mesmos. O que para eles indica que as medidas de higiene adotada pela pandemia não alterou o instinto dos bebês.

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