SAÚDE

Varíola do macaco: OMS indica redução de parceiros sexuais para evitar doença

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde também lembrou que a doença pode ser contraída por qualquer pessoa: homens ou mulheres; e até crianças

Correio Braziliense
postado em 27/07/2022 18:50 / atualizado em 28/07/2022 10:09
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, deixou claro que
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, deixou claro que "estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto", ao comentar o perigo de colocar a doença como algo exclusivo de homens que fazem sexo com homens - (crédito: Christopher Black / WORLD HEALTH ORGANIZATION / AFP)

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, aconselhou, nesta quarta-feira (27/7), que homens que fazem sexo com homens reduzam o número de parceiros sexuais para evitar o contágio e a transmissão da varíola do macaco. O grupo é considerado de risco por ter 98% dos casos registrados entre esta parte da população.

No entanto, a sugestão é válida para qualquer pessoa que queira se manter livre do vírus — visto que a doença não é exclusiva para um gênero. A afirmação de Tedros foi feita durante uma coletiva de imprensa para dar updates sobre a varíola do macaco. O diretor pediu que as pessoas tomem as medidas necessárias para evitar que o surto aumente em todo o mundo.

“A melhor maneira de fazer isso é reduzir o risco de exposição. Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros. Para homens que fazem sexo com homens, isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar detalhes de contato com novos parceiros para permitir o acompanhamento [de saúde], se necessário”, informou.

O consultor da OMS sobre HIV, hepatite e infecções sexualmente transmissíveis Andy Seale, que estava presente na conferência, informou que o atual surto da varíola é “claramente transmitido durante o sexo”, mas ainda não foi concluído se a doença é uma infecção sexualmente transmissível.

Ao comentar o perigo de colocar a doença como algo exclusivo de homens que fazem sexo com homens — como ocorreu com o HIV/AIDS entre os anos 80 e 90 —, Tedros deixou claro que “estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”.

Os setores de saúde de cada país também devem focar nesta parte da população, não só para informá-la sobre o risco, mas também para oferecer auxílio.

“O foco para todos os países deve ser engajar e capacitar as comunidades de homens que fazem sexo com homens para reduzir o risco de infecção e transmissão posterior, prestar cuidados aos infectados e salvaguardar os direitos humanos e a dignidade”, pontuou Tedros.

Apesar do contato sexual ser um dos maiores vistos, a doença também pode ser transmitida por qualquer contato direto com a pele e até mesmo pela emissão de gotículas liberadas na fala — isso inclui lençóis ou roupas que podem ter tocado as feridas na pele causadas pela doença ou “molhados” pelas gotículas de saliva.

Até o momento, a OMS recebeu o registro de 19 mil casos em mais de 75 países — cerca de cinco mortes foram relatadas, todas na África.

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