SURTO DA DOENÇA

Porta-voz da OMS sugere adotar novo nome para varíola do macaco

Carta assinada por cientistas pede a adoção de nomenclatura "que não seja discriminatória nem estigmatizante"

Aline Gouveia
postado em 09/08/2022 19:32 / atualizado em 09/08/2022 19:37
Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, foram confirmados 2.293 casos no Brasil e outros 2.363 estão sob suspeita -  (crédito: Yuki IWAMURA / AFP)
Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, foram confirmados 2.293 casos no Brasil e outros 2.363 estão sob suspeita - (crédito: Yuki IWAMURA / AFP)

A epidemiologista Margaret Harris, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), condenou ataques a animais e sugeriu a adoção de um novo nome para a varíola do macaco. A declaração da especialista, dada em coletiva de imprensa nesta terça-feira (9/08), ocorreu após uma carta, assinada por cientistas e enviada a OMS, pedir a mudança do termo para uma nomenclatura "que não seja discriminatória nem estigmatizante".

Margaret ressaltou, ainda, que a doença foi primeiramente identificada nos macacos, mas que no atual surto da varíola, a transmissão tem sido de humano para humano. "A transmissão que estamos vendo agora com o grande surto de varíola do macaco é uma transmissão de pessoa para pessoa. O vírus está em alguns animais, e vemos um salto para os humanos, mas não é isso que estamos vendo agora. O risco de transmissão vem de outro ser humano", disse.

De acordo com informações do Jornal Nacional, divulgadas na segunda-feira (8/8), sete macacos foram resgatadas com sinais de intoxicação, em São José do Rio Preto, São Paulo. "Não estigmatize nenhum animal ou qualquer ser humano porque se você fizer isso, teremos um surto muito maior, defendeu a porta-voz.

Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, foram confirmados 2.293 casos no Brasil e outros 2.363 estão sob suspeita. O contágio ocorre pelo contato com as gotículas expelidas pela pessoa infectada e toque nas lesões ou roupas dos pacientes, além da via sexual.

Um dos principais sintomas da doença são as lesões que se espalham pelo corpo. Em geral, o quadro dura cerca de 21 dias. "Os sintomas começam com cansaço, febre, dor no corpo, dor de cabeça e os gânglios são acometidos formando as ínguas", elenca o infectologista Hemerson.

Medidas não-farmacológicas como distanciamento, uso de máscaras e higienização das mãos foram recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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