CRISPR

Equipe ressuscita ancestrais da edição genética; entenda

O foco da pesquisa foi recriar as enzimas Cas9, que são a base do sistema de edição genética. A CRISPR é o nome de sequências repetitivas presentes no DNA de bactérias e archaea (organismos procarióticos)

Correio Braziliense
postado em 03/01/2023 06:00
 (crédito:  CIC NanoGUNE/Divulgação)
(crédito: CIC NanoGUNE/Divulgação)

A edição genética — um conjunto de técnicas que muda o DNA — é considerada uma das técnicas científicas mais promissoras, com aposta de uso, por exemplo, na correção de mutações que levam a doenças genéticas. Diversos cientistas buscam formas de melhorar esses procedimentos. Uma equipe da Espanha conseguiu reviver os ancestrais desses sistema, o CRISPR-Cas, e estudar como ele evoluiu ao longo dos anos. A expectativa é de que as descobertas ajudem a tornar as abordagens atuais ainda mais avançadas e versáteis.

O foco da pesquisa foi recriar as enzimas Cas9, que são a base do sistema de edição genética. A CRISPR é o nome de sequências repetitivas presentes no DNA de bactérias e archaea (organismos procarióticos). E nessas sequências, é possível observar o material genético de vírus que infectaram organismos ancestrais. Caso a infecção se repita, o sistema se defende como uma espécie de "tesoura molecular", o que permite a edição.

Os cientistas do Centro de Pesquisa Cooperativa CIC nanoGUNE recuperaram proteínas extintas de micro-organismos que viveram 2,6 bilhões, 1 bilhão, 200 milhões, 137 milhões e 37 milhões de anos atrás. Eles fizeram a reconstrução computacional das sequências CRISPR ancestrais, as sintetizaram e confirmaram sua funcionalidade: injetadas em células humanas, as proteínas foram capazes de editar genes.

"É surpreendente que possamos revitalizar proteínas Cas que deveriam existir há bilhões de anos e verificar que elas já tinham a capacidade de operar como ferramentas de edição de genes, algo que, atualmente, confirmamos editando com sucesso genes em células humanas", enfatiza, em nota, Luís Montoliu, chefe da equipe de pesquisa, detalhada na revista Nature Microbiology.

O trabalho inédito também mostrou que o sistema CRISPR foi ficando mais complexo ao longo do tempo, o que, segundo os autores, sinaliza a sua natureza adaptativa às novas ameaças. Na opinião do grupo, a pesquisa "abre novos caminhos para a edição de genes".

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Newsletter

Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE