ASTRONOMIA

Após 50 mil anos, cometa se aproxima e poderá ser visto a olho nu do Brasil

Na última vez que o cometa C/2022 E3 (ZTF) se aproximou da Terra, nosso planeta ainda era habitado pelos neandertais. Céu escuro e a ausência de poluição luminosa são fatores fundamentais para a melhor observação

Aline Gouveia
postado em 31/01/2023 13:53 / atualizado em 31/01/2023 14:18
 (crédito: Reprodução/Instagram/@miguel_claro)
(crédito: Reprodução/Instagram/@miguel_claro)

O cometa C/2022 E3 (ZTF), de brilho esverdeado, se aproxima da Terra após 50 mil anos e poderá ser visto a olho nu do Hemisfério Sul e, consequentemente, do Brasil, a partir de 4 de fevereiro. O corpo celeste atingiu o periélio (ponto mais próximo do Sol) no dia 12 de janeiro. Já o perigeu (maior aproximação da Terra) será na quarta-feira (1°/2). Na última vez que o cometa se aproximou, o nosso planeta ainda era habitado pelos neandertais.

“No dia 1º de fevereiro o cometa alcançará sua máxima aproximação da Terra, podendo atingir magnitude +6 ou menos. É importante destacar que quanto mais brilhante é um objeto, menor é sua magnitude. Assim, um objeto com magnitude +2 é mais brilhante do que um que tem uma magnitude +6, por exemplo”, explicou o astrônomo Filipe Monteiro, no Observatório Nacional.

O cometa C/2022 E3 (ZTF) foi descoberto em março do ano passado, pelo programa Zwicky Transient Facility (ZTF), que opera o telescópio Samuel-Oschin, na Califórnia. Ele foi detectado ao passar pela órbita de Júpiter e tem diâmetro pequeno, com cerca de 1km.

Dicas para observação

O corpo celeste será visível a olho nu apenas se as condições forem favoráveis. O céu escuro (sem lua) e a ausência de poluição luminosa são fatores fundamentais para a melhor visibilidade do fenômeno astronômico.

"Para observar o cometa, o mais sensato é usar binóculos, que facilitarão a observação desse visitante ilustre. Além disso, é importante destacar que não é uma tarefa tão fácil achar um cometa no céu. Por isso, além de instrumentos (binóculos, telescópios, câmeras fotográficas), é interessante que as pessoas procurem um lugar distante dos centros urbanos, fugindo assim da poluição luminosa. Para facilitar ainda mais a observação do cometa, o indicado é procurar pelo cometa quando a lua não estiver mais no céu”, conta o astrônomo.

O astrônomo sugere, ainda, a observação do cometa no dia 10 de fevereiro, entre as 19h e as 21h, quando o corpo celeste estará bem próximo do planeta Marte. "Uma estratégia que pode ser usada também por iniciantes, bem como os fotógrafos casuais, é tentar fotografar o cometa apontando a câmera para sua localização aproximada no céu e tirando fotos de longa exposição de 20 a 30 segundos. Ao visualizar as imagens, possivelmente você irá notar um objeto difuso e com cauda. Usando essa técnica, muitos estão conseguindo fotografar o cometa mesmo que não o veja no céu”, pontua Filipe.

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