Fabricantes de queijos do fim do Neolítico, há mais de 4,5 mil anos, já tentavam reduzir a lactose do produto, segundo um estudo realizado na Polônia, publicado na revista Royal Society Open Science. Eles faziam isso utilizando fontes lácteas de animais diferentes, como vacas, ovelhas ou cabras.
A intolerância à lactose era uma condição comum em quase todos na Europa durante o Neolítico e até o fim da Idade do Bronze, quando a mutação genética se espalhou, permitindo que os adultos produzissem lactase, a enzima que decompõe o carboidrato no corpo. Agora, os pesquisadores analisaram a prática do processamento de laticínios no fim do Neolítico identificando resíduos de alto teor de coalhada na cerâmica, indicando a fabricação de queijos e revelando que várias espécies de laticínios foram utilizadas.
"Esses resultados contribuem significativamente para a nossa compreensão do uso de produtos lácteos por alguns dos primeiros agricultores da Europa Central", disse Harry Robson, do Departamento de Arqueologia da Universidade de York. "Embora pesquisas anteriores tenham mostrado que os produtos lácteos estavam amplamente disponíveis em algumas regiões europeias durante esse período, aqui, pela primeira vez, temos evidências claras de um rebanho leiteiro diversificado, incluindo bovinos, ovinos e caprinos, a partir da análise de cerâmica."
Os cientistas e arqueólogos das universidades de York, Cambridge, Toru e Cracóvia usaram uma abordagem de análise genética para estudar cerâmicas e depósitos em sua superfície, em Sawcinek, no centro da Polônia. Segundo os pesquisadores, apesar da intolerância generalizada à lactose no período, há evidências de consumo de laticínios durante o Neolítico, como ossos de animais com padrões de morte esperados para rebanhos leiteiros, lipídios lácteos em vasos de cerâmica e proteínas lácteas em cálculos ou placas dentárias antigas.
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