ESPAÇO

O Sol vai destruir a Terra? Se sim, IA avisará humanos 30 minutos antes do fim

Inteligência artificial criada pela Nasa e pelo Departamento de Energia dos EUA é capaz de prever erupções solares antes de atingir o planeta Terra

Correio Braziliense
postado em 16/05/2023 22:21 / atualizado em 16/05/2023 22:23
 (crédito: NASA/SDO)
(crédito: NASA/SDO)

Localizado a 10 milhões de quilômetros da Terra, o Sol é tão necessário quanto perigoso para os humanos.  Tempestades solares intensas causadas pela estrela são uma ameaça e podem causar efeitos catastróficos na economia e na segurança dos habitantes terrestres.

Especialistas afirmam que, em um mundo altamente conectado e dependente de satélites de comunicação para manter aviões cheios de humanos nas rotas que cruzam continentes, além de eletricidade para manter desde trens nos trilhos até hospitais em funcionamento, uma erupção solar capaz de abalar o campo magnético da Terra, a depender da intensidade, pode significar uma devastação histórica — além de um prejuízo econômico capaz de afundar pequenas economias ao redor do mundo.

Por esses motivos, as erupções solares levaram cientistas da Nasa e pesquisadores do Serviço Geológico Americano e o Departamento de Energia dos EUA a desenvolverem uma tecnologia capaz de prever uma tempestade solar com 30 minutos de antecedência do impacto.

O grupo desenvolveu uma inteligência artificial de “aprendizagem profunda de perturbação geomagnética” (Dagger), capaz de identificar as erupções solares e a emissão de campos magnéticos em direção à Terra e apontar quando e qual parte do planeta os “fogos de artifício” atingirão em cheio os sistemas de satélites, de comunicação e internet. O estudo que relata o desempenho do Dagger foi publicado na revista Space Weather.

A inteligência artificial atende a uma demanda crescente há décadas, desde que a preocupação com as erupções solares começou a se elevar. Tão poderosas, as tempestades não conseguiram ser previstas antes, mesmo com o empenho da comunidade científica.

“Com esta IA, agora é possível fazer previsões globais rápidas e precisas e tomar decisões em caso de tempestade solar, minimizando — ou mesmo prevenindo — a devastação da sociedade moderna”, disse Vishal Upendran, do Centro Interuniversitário de Desenvolvimento da Índia. Astronomia e Astrofísica em um comunicado.

Com o aviso, empresas podem se preparar para o evento, seja por meio da desabilitação da energia elétrica ou a interrupção dos serviços durante o encontro das ondas magnéticas com o ambiente magnético da Terra.

Para a Nasa, a criação é uma forma de fazer com que consequências vistas na tempestade solar de 1859, a mais intensa já registrada, não se repitam. Chamada de evento Carrington, a tempestade provocou incêndios em estações telegráficas e impediu o envio de mensagens.

“Se o Evento Carrington acontecesse hoje, teria impactos ainda mais graves, como interrupções elétricas generalizadas, apagões persistentes e interrupções nas comunicações globais. Esse caos tecnológico pode prejudicar as economias e colocar em risco a segurança e os meios de subsistência das pessoas em todo o mundo”, detalha a Nasa.

Para testar a inteligência artificial, a equipe de cientistas testou o modelo a partir da simulação das tempestades geomagnéticas que aconteceram em agosto de 2011 e março de 2015. “Em cada caso, DAGGER foi capaz de prever com rapidez e precisão os impactos da tempestade em todo o mundo”, diz o estudo.

A agência espacial diz, agora com o Dagger, é possível que, em um futuro próximo, sirenes de tempestade solar “soem um alarme em estações de energia e centros de controle de satélites em todo o mundo, assim como as sirenes de tornado soam antes do clima terrestre ameaçador em vilas e cidades em toda a América”.

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