Qualidade de vida

Pacientes com câncer que fazem exercícios apresentam menos dores intensas

Estudo mostra que, no caso dos pacientes com diagnóstico de câncer, os mais ativos apresentavam probabilidade 16% menor de dor moderada a intensa em comparação com os menos ativos

EUA recomendam de 150 a 300 minutos semanais de exercícios moderados. Segundo especialista, esse é padrão a ser seguido para melhor benefício da atividade física
 -  (crédito: Lucas van Oort/Unsplash)
EUA recomendam de 150 a 300 minutos semanais de exercícios moderados. Segundo especialista, esse é padrão a ser seguido para melhor benefício da atividade física - (crédito: Lucas van Oort/Unsplash)
postado em 13/02/2024 06:00 / atualizado em 14/02/2024 15:05

JÚLIA MANO*

Estudo revela que a atividade física ajuda a reduzir as dores dos pacientes que receberam diagnóstico de câncer. A equipe formada por cientistas da Sociedade Americana contra o Câncer, dos Estados Unidos, e da Universidade de Melbourne, da Austrália, investigou os benefícios de uma vida mais ativa para o grupo por não haver dados prévios mais claros. A empresa Wiley On-line publicou os resultados no Jornal Cancer.

"Pode parecer contraintuitivo para alguns, mas a atividade física é uma opção eficaz e não farmacológica para reduzir muitos tipos de dor. Como nosso estudo sugere, isso pode incluir a dor associada ao câncer e a seus tratamentos", diz, em comunicado, a líder da pesquisa, Erika Rees-Punia.

O grupo analisou informações de 51.439 pessoas adultas sem histórico de câncer e de 10.651 pacientes com diagnóstico para a doença. Os cientistas perguntaram aos participantes: como classificariam as dores sentidas em uma escala de zero a 10, qual era a regularidade da prática de exercícios físicos e com qual frequência ingeriram analgésicos e anti-inflamatórios.

A partir das respostas dos participantes, os pesquisadores entenderam que pacientes mais ativos apresentavam uma probabilidade 16% menor de dor moderada a intensa em comparação com os menos ativos.

Parâmetros 

O grupo considerou como parâmetro a diretriz dos Estados Unidos, que recomenda de 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada ou de 75 a 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos de intensidade vigorosa.

Os pesquisadores descobriram que, nos participantes sem diagnóstico de câncer, a atividade física estava relacionada aos relatos de dores menos intensas. Confirmaram também o resultado de estudos anteriores que, ao comparar pessoas ativas ou que aderiram à prática de exercícios físicos com regularidade na vida adulta com indivíduos sedentários, indicam havia menos queixa de dores no primeiro grupo.

Concluíram ainda que o benefício da atividade física para conter as dores pode permanecer depois de um período sem prática de exercícios. "Os participantes que se tornaram ativos depois de terem sido inativos tiveram menos dor do que aqueles que permaneceram inativos. Observamos menos dor em pessoas que antes eram ativas, mas que se tornaram inativas, em comparação com participantes que permaneceram inativos o tempo todo", explicam os autores no artigo publicado.

Eficiência 

A médica Daniele Assad, oncologista clínica do Hospital Sírio-Libanês em Brasília e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clinica, define a atividade física como uma "estratégia eficaz para a melhora da qualidade de vida" do paciente com câncer. Para ela, o exercício deve ser feito de forma profilática, antes de começar o tratamento para prevenção de sintomas da doença.

"Nas mulheres com câncer de mama, com tumores iniciais e que farão terapia endócrina, a atividade física é recomendada antes do tratamento. Os estudos mostram que quem faz exercício regularmente tem redução da síndrome músculo esquelética ocasionada pelo procedimento", explica Assad.

A especialista pondera, porém, que é necessário adotar uma série de cuidados para a prática da atividade física. Assad diz que pacientes podem ter restrição para exercícios de força por causa das cirurgias e podem necessitar de avaliação cardiovascular, por isso, cada caso deve ser analisado e discutido para não prejudicar a pessoa.

PALAVRA DE ESPECIALISTA

Mexa-se, faz bem

O exercício físico é essencial quando pensamos em uma longevidade saudável por conta de todos os seus benefícios, tais como: redução do estresse, da ansiedade e da depressão; melhora do sono; controle da fome e da saciedade; diminuição da mortalidade; previne e diminuí doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, resistência a insulina. Além de aumentar a autonomia do indivíduo, principalmente, na velhice, por ser natural a perda de força, de densidade óssea e de massa magra. O idoso pode sentir dores articulares ao caminhar, dificuldade para carregar sacolas, perda de memória, dores na região do peito, falta de ar nas atividades cotidianas. O exercício físico consegue reverter esses quadros e devolver a independência e capacidade de realizar as atividades da rotina com eficiência.

Bruna Rocha, personal trainer

*Estagiária sob a supervisão de Renata Giraldi

 

Mexer-se faz bem!

O exercício físico é essencial quando pensamos em uma longevidade saudável por conta de todos os seus benefícios, tais como: redução do estresse, da ansiedade e da depressão; melhora do sono; controle da fome e da saciedade; diminuição da mortalidade; previne e diminuí doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, resistência a insulina. Além de aumentar a autonomia do indivíduo, principalmente, na velhice, por ser natural a perda de força, de densidade óssea e de massa magra. O idoso pode sentir dores articulares ao caminhar, dificuldade para carregar sacolas, perda de memória, dores na região do peito, falta de ar nas atividades cotidianas. O exercício físico consegue reverter esses quadros e devolver a independência e capacidade de realizar as atividades da rotina com eficiência.

Bruna Rocha, personal trainer

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