Foi aprovada, ontem, pela Federal Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, a AMTAGVI (lifileucel), a primeira e, até agora, única imunoterapia com células T para tratar um tumor sólido. O medicamento será produzido para combater o melanoma, um tipo de câncer de pele que se desenvolve a partir de células produtoras do pigmento melanina.
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A WuXi Advanced Therapies (WuXi ATU), uma subsidiária da empresa WuXi AppTec, anunciou ontem que a FDA permitiu sua instalação na Filadélfia para iniciar os testes analíticos e a fabricação de AMTAGVI para a Iovance, que recebeu aprovação acelerada da FDA para o pedido de licença biológica.
A AMTAGVI é uma imunoterapia com células T indicada para o tratamento de pacientes adultos com melanoma irressecável ou metastático, tratados anteriormente, sem sucesso. A droga é a única terapia individualizada desse modelo para tumores sólidos.
Inovação
"Parabenizamos a Iovance por esse marco importante em sua busca para atender às necessidades não atendidas dos pacientes no tratamento do melanoma avançado", ressaltou, em nota, Edward Hu, presidente da WuXi ATU.
"Estamos orgulhosos do nosso histórico de permitir que inovações na área da saúde promovam descobertas médicas e forneçam tratamentos a pacientes em todo o mundo", frisou. Para Frederick Vogt, diretor e presidente da Iovance, a aprovação acelerada do tratamento é o primeiro passo para concretizar a ambição da empresa de inaugurar a próxima geração de terapia celular. "Dadas as significativas necessidades não atendidas na realidade do melanoma avançado, temos orgulho de oferecer uma opção terapêutica personalizada e única para esses pacientes."
Veridiana Pires de Camargo, oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia, afirma que a terapia é extremamente importante, especialmente para os pacientes nos quais a doença progrediu. A especialista detalha que o processo é longo. "Muitas vezes, é necessário que o paciente fique numa UTI, com médicos especializados nesse tipo de medicação. Não é algo simples, mas é extremamente importante."
Segundo Camargo, a maioria dos tumores são não imunogênicos como melanoma, ou seja, pouco responsivos à imunoterapia. "Não conhecemos dados em outros tumores, se tem algum ganho. Mas, para cânceres que não são tão responsivos à imunoterapia como o melanoma é mais complicado conseguir o preparo necessário."
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