CRISE DIPLOMÁTICA

Oposição vai protocolar pedido de impeachment com duros ataques a Lula

Bolsonaristas conseguiram 122 assinaturas de parlamentares pelo afastamento do petista e acreditam que adesão vai aumentar

Deputados da oposição anunciam apresentação de pedido de impeachment contra Lula, assinado por 122 parlamentares -  (crédito: Evandro Éboli/CB/D.A Press)
Deputados da oposição anunciam apresentação de pedido de impeachment contra Lula, assinado por 122 parlamentares - (crédito: Evandro Éboli/CB/D.A Press)

Deputados da oposição anunciaram na tarde desta terça-feira que vão protocolar na quarta-feira (21/2) o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por conta da crise diplomática aberta com Israel. No domingo (18/2), Lula comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto na 2ª guerra mundial. 

Os parlamentares conseguiram apoio de 122 deputados, mas só irão protocolar na quarta o documento na presidência da Câmara porque aguardam novos apoios.

Autora do pedido, Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que recebeu ligação de vários colegas que querem assinar, mas estão em trânsito para a capital.

Os signatários do pedido se revezaram em discursos no Salão Verde, principal espaço de exposição na Câmara, e fizeram duros ataques a Lula nesta terça.

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) disse que Lula deveria estar preso e que o presidente tem envergonhado o país. "O presidente está enlameando a imagem do Brasil no exterior. Ele desonra a memória do povo judeu e de Israel e abre uma crise diplomática sem precedente. A lei de impeachment é clara e esse ataque a uma nação estrangeira é passível de seu afastamento do cargo", disse Van Hattem.

Alvo recente de uma ação da Polícia Federal, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), líder da minoria na Câmara, repudiou a fala de Lula e disse que se trata não só de um crime de responsabilidade, mas também um crime contra a humanidade.

"Lula, agora, tenta inverter o jogo, se apresentando como a vítima dessa história. Sua declaração foi um absurdo e, em vez de fazer uma mea-culpa, ao contrário, dobra a aposta ao querer denunciar Israel em tribunais internacionais", disse Jordy.

Expoente do bolsonarismo, Bia Kicis (PL-DF) afirmou que Lula foi o primeiro presidente brasileiro a ser considerado uma "personan non grata" por uma nação estrangeira.

"É de se lamentar o que Lula fez. Em Israel, há estátuas de Oswaldo Aranha pelas ruas. Se trata do brasileiro que foi fundamental para a criação do estado de Israel, quando presidiu a ONU na década de 1940. O presidente foi inconsequente e irresponsável".

O deputado Luciano Zucco (PL-RS) afirmou que não cabe mais retratação para Lula. "A declaração de Lula comparando a guerra entre Israel e Hamas ao Holocausto é desastrosa sob todos os aspectos. Apenas Hamas, MST e mais um punhado de malucos elogiaram a fala grotesca de Lula. Se ele ainda nutria o sonho de um dia conquistar o Prêmio Nobel da Paz, hoje frequenta o mesmo patamar dos seres rastejantes da diplomacia internacional", afirmou Zucco.

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postado em 20/02/2024 20:03
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