Emissão de gás carbono

Incêndios na América do Sul fazem planeta bater recorde de emissão de carbono

A ONU alerta: os incêndios florestais na América do Sul, especialmente no Brasil, Venezuela e Bolívia estão causando níveis de emissões de carbono que não eram vistos há mais de 20 anos na atmosfera

Fumaça proveniente de incêndios ilegais em Manaquiri, no Amazonas, em setembro de 2023
 -  (crédito: AFP)
Fumaça proveniente de incêndios ilegais em Manaquiri, no Amazonas, em setembro de 2023 - (crédito: AFP)

Os incêndios florestais na América do Sul, especialmente no Brasil, Venezuela e Bolívia estão causando níveis de emissões de carbono que não eram vistos há mais de 20 anos na atmosfera. Esse é um alerta feito, ontem, pelo serviço de monitoramento europeu Copernicus. "A temporada de incêndios nas regiões tropicais do continente está se aproximando do seu ponto máximo", frisa Copernicus no comunicado.

"Foi observada uma alta intensidade de incêndios florestais e emissões na floresta amazônica do Norte, especialmente em (...) Roraima, o que resultou nas maiores emissões de carbono registradas para fevereiro desde, pelo menos, 2003, não apenas para Roraima, mas para o Brasil como um todo", acrescenta o texto.

Segundo o observatório, outros países da América do Sul, como Venezuela e Bolívia, também passando pelas maiores emissões para o mesmo período desde 2003, explica o Copernicus. Durante fevereiro, as emissões estimadas para o Brasil e a Venezuela foram, respectivamente, de 4,1 e 5,2 megatoneladas de carbono.

Na Bolívia, a quantidade foi de 0,3 megatonelada. "Nossas previsões de composição atmosférica também mostram que o transporte de fumaça está cobrindo uma grande área da região e causando um aumento da poluição do ar em áreas povoadas", comentou o especialista citado no comunicado, Mark Parrington, do serviço europeu.

Falta de espaço

O volume de resíduos no mundo atingiu 2,3 bilhões de toneladas em 2023 e continuará crescendo exponencialmente, até 3,8 bilhões em 2050, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU). O problema será ainda pior nos países onde os métodos de tratamento ainda são poluentes, como aterros sanitários — que causam contaminação do solo, emissões de poluentes e gases com efeito estufa, como o metano — e incineração a céu aberto. "Apesar dos esforços, pouco mudou", sublinha o relatório nomeado Transformando resíduos em recursos, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). De acordo com relatório. Nos países ricos, o essencial é coletado, mas nas nações mais pobres, a taxa é inferior a 40%. A estimativa é que de 400 mil a 1 milhão de pessoas morrem todos os anos de doenças relacionadas à má gestão de resíduos, como diarreia, malária, câncer ou problemas cardiovasculares.

 

 

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postado em 29/02/2024 06:00
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