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Baleias que passam pela menopausa vivem mais tempo; entenda

Estudo mostra que fêmeas de algumas espécies de baleias que passam pela menopausa vivem cerca de 40 anos a mais do que outras de tamanho semelhante

Após a reprodução, mãe e filhote passeiam juntos
 -  (crédito: David Ellifrit, Centro de Pesquisa de Baleias. Licença de Referência NMFS-27038)
Após a reprodução, mãe e filhote passeiam juntos - (crédito: David Ellifrit, Centro de Pesquisa de Baleias. Licença de Referência NMFS-27038)
postado em 14/03/2024 06:00

Um estudo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e do Centro de Pesquisa sobre Baleias, nos Estados Unidos, mostra que fêmeas de algumas espécies de baleias que passam pela menopausa vivem cerca de 40 anos a mais do que outras de tamanho semelhante. O trabalho se concentrou em cinco espécies de baleia que, como os humanos, são os únicos mamíferos conhecidos por passarem pela menopausa.

Ao passarem menos tempo prolongando a vida reprodutiva, esses animais têm mais anos para ajudar os seus filhos e netos, sem aumentar o período de "sobreposição", quando competem com as filhas por meio da reprodução e criação de filhotes ao mesmo tempo.

A nova investigação revela que, apesar de estarem separados por 90 milhões de anos de evolução, as baleias e os humanos apresentam histórias de vida semelhantes, que evoluíram de forma separada. "O processo de evolução favorece características e comportamentos pelos quais um animal passa seus genes para as gerações futuras", frisou em nota Sam Ellis, cientista da Universidade de Exeter.

Segundo os especialistas, a menopausa acontece em cinco espécies de baleias dentadas: baleias-piloto de barbatanas curtas, falsas orcas, orcas, narvais e belugas.

Além de sobreviverem mais que fêmeas de outras espécies semelhantes, esses animais vivem mais tempo que seus pares masculinos. Por exemplo, as baleias assassinas fêmeas podem viver até os 80 anos, enquanto os machos normalmente morrem aos 40.

"Nosso estudo fornece evidências de que a menopausa evoluiu pela expansão da expectativa de vida feminina além dos anos reprodutivos, e não pela redução da expectativa de vida reprodutiva. Essa é uma questão que tem sido colocada há muito tempo na antropologia, mas só pode ser respondida diretamente com um estudo comparativo", afirmou o professor Darren Croft, da Universidade de Exeter e diretor-executivo do Centro de Pesquisa sobre Baleias.

 

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