Exploração Espacial

Telescópio encontra maior buraco negro estelar da Via Láctea

O objeto, batizado de Gaia BH3, está localizado a 2.000 anos-luz da Terra, na constelação de Águia

Os astrónomos encontraram o buraco negro estelar mais massivo da nossa galáxia, graças ao movimento oscilante que induz numa estrela companheira
 -  (crédito: ESO/L. Calçada)
Os astrónomos encontraram o buraco negro estelar mais massivo da nossa galáxia, graças ao movimento oscilante que induz numa estrela companheira - (crédito: ESO/L. Calçada)
postado em 16/04/2024 19:36

O telescópio espacial europeu Gaia, que tem como objetivo explorar a Via Láctea, identificou o maior buraco negro estelar da região, com uma massa 33 vezes maior que a do Sol. A descoberta foi publicada em estudo científico nesta terça-feira (16/4).

O buraco negro, batizado de Gaia BH3, foi descoberto por acaso por meio de dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia, afirmou Pasquale Panuzzo, pesquisador do instituto CNRS no Observatório de Paris-PSL, e principal autor dos trabalhos publicados na Astronomy & Astrophysics Letters, em entrevista à AFP.

"Vimos uma estrela um pouco menor que o Sol (75% de sua massa) e mais brilhante, que girava ao redor de um companheiro invisível", o que podia se inferir pelas perturbações que ela causou, disse Panuzzo.

As observações dos astrônomos confirmaram que o objeto encontrado se tratava de um buraco negro e que ele tinha uma massa muito mais importante que a dos buracos negros de origem estelar já conhecidos na Via Láctea, que têm entre 10 e 20 massas solares. O Gaia BH3 tem uma massa 33 vezes maior que a do Sol.

  • Esta impressão artística compara lado a lado três buracos negros estelares na nossa galáxia: Gaia BH1, Cygnus X-1 e Gaia BH3, cujas massas são 10, 21 e 33 vezes a do Sol, respetivamente
    Esta impressão artística compara lado a lado três buracos negros estelares na nossa galáxia: Gaia BH1, Cygnus X-1 e Gaia BH3, cujas massas são 10, 21 e 33 vezes a do Sol, respetivamente ESO/M. Kornmesser

 O Gaia BH3 foi identificado a 2.000 anos-luz da Terra.

Esses gigantes já foram detectados nas galáxias distantes, através das ondas gravitacionais. Mas "nunca na nossa", disse doutor Panuzzo.

*Com informações da Agence France-Presse

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