
Mais de 6,4 mil homens tiveram o pênis amputado nos últimos 10 anos no Brasil por conta do câncer de pênis, apontam os dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O número representa a média de mais de 600 amputações por ano.
Apesar de rara, entre 2012 e 2022 foram registrados mais de 21 mil casos da doença no país. De 2013 a 2023, mais de 6 mil amputações; e de 2011 a 2021, mais de 4 mil mortes.
"O Brasil está na relação dos países com maior incidência de câncer de pênis. E uma das razões para isso é a falta de informação da população da sua existência, do diagnóstico tardio e de que a grande maioria dos casos pode ser evitada com água e sabão e vacinação", destaca Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.
Confira os dados:
Ano 2014 | 627 amputações por câncer de pênis |
Ano 2015 | 634 amputações por câncer de pênis |
Ano 2016 | 621 amputações por câncer de pênis |
Ano 2017 | 653 amputações por câncer de pênis |
Ano 2018 | 683 amputações por câncer de pênis |
Ano 2019 | 702 amputações por câncer de pênis |
Ano 2020 | 619 amputações por câncer de pênis |
Ano 2021 | 627 amputações por câncer de pênis |
Ano 2022 | 639 amputações por câncer de pênis |
Ano 2023 | 651 amputações por câncer de pênis |
O tumor pode ser prevenido de forma simples, com água e sabão. Além da higiene inadequada, a doença também está relacionada à infecção pelo HPV e à não remoção do prepúcio quando ele não pode ser completamente puxado para trás para expor a glande a fim de higienizá-la.
De acordo com a SBU, o câncer de pênis é mais incidente em homens a partir dos 50 anos, mas também pode atingir os mais jovens.
Geralmente a doença se manifesta por meio dos seguinte sinais:
- Ferida que não cicatriza;
- Secreção com forte odor;
- Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);
- Presença de nódulos na virilha.
Quando descoberta no início, a doença tem alta chance de cura. Entre os fatores de risco estão: baixas condições socioeconômicas, má higiene íntima, fimose (estreitamento da pele que recobre o pênis), infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e tabagismo.
Prevenção
O câncer de pênis é um tipo de tumor altamente prevenível por meio das seguintes ações:
- Higiene diária adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio;
- Lavagem da região íntima após as relações sexuais;
- Vacinação contra o HPV (disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos);
- Postectomia (retirada do prepúcio) nos casos em que ele não permite a higienização correta;
- Uso de preservativo para evitar contaminação por ISTs como o HPV.
Tratamento
O tratamento do câncer de pênis consiste na remoção da lesão por meio de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do caso. No entanto, se a lesão for invasiva, são necessárias medidas mais agressivas, como a amputação de parte ou de todo o órgão.