
Esqueça o ato de esperar por um eclipse natural que dura só alguns minutos e acontece uma vez ou outra. A Agência Espacial Europeia (ESA), por meio da missão Proba-3, alcançou um feito inédito: a criação do primeiro eclipse solar artificial, capaz de durar até seis horas. Enquanto os eclipses naturais são eventos raros e efêmeros, a Proba-3 consegue replicar esse fenômeno a cada órbita de 19,6 horas.
De acordo com o autor do artigo, Dr. Alfredo Carpineti, correspondente espacial, a magia acontece com duas naves espaciais voando em formação perfeita, separadas por apenas 150 metros. A nave mais próxima do Sol, chamada de ocultador, bloqueia o disco solar para a nave que está do lado da Terra. Ao fazer isso, uma sombra de 8 centímetros é projetada no instrumento óptico, simulando um eclipse.
Essa inovação tem um objetivo crucial: nos permitir observar a coroa solar, a atmosfera superaquecida do Sol, com uma clareza sem precedentes. Isso é fundamental para os cientistas desvendarem os mistérios por trás do vento solar e das ejeções de massa coronal. Compreender esses fenômenos é vital, já que eles podem gerar auroras espetaculares, mas também têm o potencial de causar danos à tecnologia aqui na Terra.
Veja as fotos:
A precisão milimétrica dessa formação é um testemunho da tecnologia de ponta desenvolvida pela ESA. A missão utiliza um conjunto de tecnologias avançadas, incluindo GPS, rastreadores de estrelas, sistemas de posicionamento autônomo e sensores a laser. Muitas dessas inovações foram desenvolvidas por meio do Programa Geral de Tecnologia de Suporte da ESA.
A equipe da Proba-3 ficou entusiasmada ao ver as primeiras imagens logo na primeira tentativa. Esse sucesso não apenas valida as tecnologias inovadoras desenvolvidas, mas também marca a Proba-3 como a primeira missão de voo de formação de precisão do mundo. A missão continuará a nos fornecer dados valiosos e insights sobre a nossa estrela, o Sol.