
Nas últimas semanas, moradores da Flórida têm relatado o surgimento de misteriosas bolhas rosadas em rochas, árvores e plantas próximas a rios e lagos. A aparência incomum, descrita como "cachos de uvas pegajosos", chamou tanta atenção que algumas pessoas chegaram a sugerir que o fenômeno seria um indício de presença alienígena.
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No entanto, segundo a Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida (FWC), a explicação é que trata-se de ninhos de ovos de caracóis-maçã, uma espécie exótica e invasora. De acordo com o órgão, os ovos de coloração rosa intensa pertencem a uma das quatro variedades desses moluscos atualmente presentes no estado.
A variedade mais preocupante é o caracol-maçã-canalizado (Pomacea canaliculata), que se alimenta de uma ampla gama de plantas aquáticas, frutas, vegetais, algas, restos de animais e até ovos de outros caracóis. Por conta do seu impacto ambiental e agrícola, a espécie é considerada uma das piores invasoras do mundo, segundo os especialistas da FWC.
"Na última década, esses seres têm recebido atenção especial devido à sua capacidade de danificar plantações em áreas úmidas por meio da alimentação", destacou um funcionário da comissão.
A P P L E S N A I L S
— Science Joy (@InsideOurBodies) January 11, 2024
Female invasive lay their eggs just about the waterline on plants or structures like rocks or walls, usually at night. The individual eggs are small and round and bright pink. Each egg cluster contains around 500 eggs. #Naturepic.twitter.com/GfKaTyRnD6
Além do caracol-maçã-canalizado, a Flórida também abriga outras variedades invasoras, como o caracol-maçã-da-ilha, o caracol-maçã-de-ponta-espinhosa e o caracol-maçã-titã. A proliferação dessas espécies representa uma ameaça direta à biodiversidade local, além de prejudicar a agricultura e alterar o equilíbrio ecológico de áreas úmidas.
No estado existe uma espécie nativa de caracol-da-maçã, cujos ovos são brancos e maiores do que os da espécie invasora. Por isso, a comissão alerta a população para não confundir as duas, evitando a destruição de ovos nativos e incentivando a remoção dos ovos rosados invasores quando possível.
Ciência e Saúde
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