
Em discrepância com as tendências de skincare nas redes sociais, uma pesquisa conduzida pela divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), e realizada pelo Instituto Datafolha, revela um descuido da geração Z com a saúde da pele. Segundo os dados, sete em cada 10 jovens brasileiros com idades entre 16 e 24 anos nunca visitaram um dermatologista.
Ao todo, 90 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais — o equivalente a 54% da população — nunca se consultaram com um dermatologista. Entre os 46% que já foram ao especialista em algum momento da vida, apenas 27% o fizeram no último ano, o que representa cerca de 20 milhões de pessoas, ou 12% da população adulta.
A pesquisa também indica que 41% dos brasileiros notaram o surgimento de sinais como manchas, pintas, bolhas ou queda de cabelo nos últimos 12 meses. Entre os idosos com mais de 60 anos, o cenário é igualmente preocupante: 46% nunca procuraram um dermatologista. Mesmo entre aqueles que dizem cuidar da pele, a rotina médica ainda é exceção — só 6% fazem acompanhamento dermatológico regular.
Para o presidente da SBD, Carlos Barcaui, o acesso à dermatologia é um dos grandes desafios no Brasil. A situação se torna ainda mais urgente com o reconhecimento, neste ano, da pele como prioridade global de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A dificuldade de acesso compromete o diagnóstico precoce e o tratamento adequado de doenças que, se negligenciadas, podem evoluir para quadros graves, afetando diretamente a saúde integral dos pacientes.
“A ausência de cuidados especializados sobrecarrega o sistema público de saúde, gerando altos custos com tratamentos complexos e internações que poderiam ser evitadas. Por outro lado, quando o cuidado dermatológico é realizado de forma preventiva, os gastos públicos diminuem e a qualidade de vida da população melhora expressivamente”, explica Barcaui.
Outro ponto crítico apontado pelo estudo é a desinformação: 17% da população não reconhece o dermatologista como médico ou profissional da saúde. Embora 86% saibam que ele trata doenças da pele, poucos conhecem suas outras áreas de atuação, como as relacionadas a mucosas, unhas e cabelos. O perfil de quem consulta dermatologistas com regularidade tende a ser composto por mulheres com ensino superior, residentes em capitais. Já os homens com baixa escolaridade e sem plano de saúde estão entre os que menos frequentam esse tipo de atendimento.
Diante desse cenário, a Divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal no Brasil tem atuado de forma ativa na promoção da saúde da pele em todo o país. “Como líderes no cuidado com a pele, acreditamos que o acesso à dermatologia é uma questão de saúde pública. Mapear a pele brasileira é essencial para compreender suas reais necessidades, respeitando sua diversidade. Quando 70% dos jovens nunca foram a um dermatologista, estamos diante de um desafio urgente”, afirma Hanane Saidi, diretora geral da divisão no Brasil.
Conforme Saidi, a parceria com a SBD e o Instituto Datafolha reforça o compromisso com a democratização do cuidado dermatológico e com a produção de conhecimento sobre os hábitos da população. “Queremos aproximar a sociedade dos especialistas e oferecer informação de qualidade, sempre guiados pelo espírito científico que marca nossa atuação”, diz Saidi.
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A Sociedade Brasileira de Dermatologia também reforça a necessidade de ampliar o acesso à especialidade e promover ações educativas que incentivem hábitos preventivos. “Esses dados revelam uma realidade preocupante: ainda falta à população a consciência de que a pele pode ser um sinal de alerta para doenças, das mais simples às mais graves. Observar mudanças e procurar um dermatologista anualmente deve se tornar um hábito. Cuidar da pele vai além da estética — é uma questão de saúde”, conclui Carlos Barcaui.
Ciência e Saúde
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